O ministro do Turismo, Celso Sabino (sem partido), confirmou na tarde desta quarta-feira (17) que deixará o governo após o União Brasil reivindicar o comando da pasta. De acordo com Sabino, o cargo deve passar a ser ocupado por Gustavo Feliciano.
Segundo o ministro, a decisão do partido reflete uma mudança de posição em relação ao governo. “Eu imagino que o partido deva ter as suas razões para ter tomado essa decisão de se afastar do governo e deve ter suas razões também para agora buscar se aproximar do governo”, afirmou.
Sabino acabou expulso do União Brasil após optar por permanecer no ministério, contrariando a orientação da direção partidária, que havia determinado o afastamento da legenda do comando da pasta em setembro. Na época, a sigla estudava fusão com o PP, a fim de criar o maior partido do Centrão. Consequentemente, impôs aos filiados que atuavam no alto escalão do governo entregassem seus cargos.
À frente da COP 30, realizada no próprio berço eleitoral, Sabino não acatou à decisão do partido. Expulso, anunciou que pretende disputar uma vaga no Senado no próximo ano. Ele informou que retomará o mandato de deputado federal e iniciará a pré-campanha. “A gente já vem conversando com o presidente há alguns dias. E o partido já vem há alguns dias também, nesse diálogo, buscando esse espaço”, disse.
De acordo com Sabino, a saída do ministério foi definida na terça-feira (16), durante uma reunião entre lideranças do União Brasil e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Ele afirmou ainda que não decidiu por qual partido concorrerá ao Senado, mas garantiu que seguirá apoiando o governo. Sabino relatou ter tido uma última conversa “bastante positiva” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atribuiu os avanços do setor turístico à atuação do chefe do Executivo.
“Esse sucesso que o turismo vive hoje é fruto direto das orientações do presidente Lula, da sua participação na nossa pasta aqui e também de todos os ministérios”, declarou.
Novo chefe de pasta
Ex-secretário de Turismo da Paraíba, Gustavo Feliciano teve o nome anunciado em 2018 para comandar a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico do governo de João Azevêdo (PSB). Ele é filho do deputado federal Damião Feliciano (União-PB) e da ex-vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano.
Damião Feliciano é médico cardiologista e exerce mandato na Câmara dos Deputados no período de 2023 a 2027. Nas redes, o parlamentar se apresenta como o “primeiro e único deputado federal negro da Paraíba” e atua como coordenador-geral da Bancada Negra da Casa.
Além da pauta racial, o deputado teve atuação favorável ao projeto de lei encaminhado pelo governo federal que ampliou a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil.
Damião é casado com Lígia Feliciano, também médica e atualmente é diretora do Departamento de Aquisição de Alimentos do Ministério do Desenvolvimento Social.
LEIA TAMBÉM: