Nos dias 17 e 18 de abril, ocorreu o Conselho Nacional de Entidades Gerais da União Nacional dos Estudantes (Coneg-UNE), convocado para preparar o 60º Congresso da entidade nacional dos estudantes universitários. O desafio no Coneg, que também será o do Congresso da UNE (Conune), foi a necessidade de superar o projeto político da direção majoritária da entidade.

A luta contra o governismo da direção majoritária

A atual maioria da direção nacional, conhecida como “Majoritária”, é a reprodução da Frente Ampla no movimento estudantil, composta pela União da Juventude Socialista (UJS, dirigida pelo PCdoB), coletivos do PT, militantes do Levante Popular da Juventude e agrupamentos vinculados a partidos como o PDT, o PSB e a Rede Sustentabilidade, dentre outros.

Juntos, defendem o governo e suas medidas e, por isso, não organizam a base dos estudantes para se enfrentar contra os ataques, como, por exemplo, aconteceu na greve das federais contra o Arcabouço Fiscal. São responsáveis não só pelo imobilismo nas lutas, mas também por preparar a derrota política das novas gerações.

É o que se percebe em relação à luta contra a anistia de Bolsonaro e demais golpistas. A direita avança para anistiar os envolvidos no 8 de Janeiro, com votos garantidos até na base aliada de Lula. O Centrão, tratado como “aliado necessário” pela Majoritária, é peça-chave para blindar os golpistas. Enquanto isso, até dirigentes do PT defendem redução de penas, em vez de mobilizar por punição. Mas o governo não é refém de um “setor mal”, como a Majoritária diz. Está executando seu projeto de conciliação de classes, que acaba por reabilitar a extrema-direita.

A adaptação da “Juventude Sem Medo” ao governismo

A “Juventude Sem Medo” (JSM), composta por correntes como Afronte, Rua, Fogo no Pavio, Manifesta e Travessia – todas elas vinculadas à ala majoritária do PSOL – caminha, a passos largos, para se incorporar à Majoritária.

Hoje, o Afronte (vinculada à corrente Resistência/PSOL), inclusive, teoriza que quem estiver fora da unidade com a Majoritária está fortalecendo a extrema direita. É a mesma justificativa dos setores dirigentes do PSOL para se subordinarem ao PT e ao governo.

Nós, do Rebeldia, defendemos toda unidade na luta. Mas, a JSM não diz nada sobre a Majoritária não ter construído a luta unitariamente na greve das federais e, inclusive, fez parte do boicote à proposta do Rebeldia, no Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb/UNE), de fevereiro, que defendia a incorporação da entidade ao ato nacional pelo fim da escala 6×1.

Em outras palavras, o que a JSM quer é a unidade com o governo e seus aliados. Já a nossa proposta de unidade é com a classe trabalhadora, contra o Centrão e os bilionários, e construída nas lutas e nas ruas.

Congresso

Pela unificação da Oposição de Esquerda

No Coneg, fizemos um chamado ao Juntos (vinculado ao Movimento Esquerda Socialista, MES/PSOL), à União da Juventude Comunista (UJC) e à Correnteza (Unidade Popular) para debatermos a construção de um campo de oposição na UNE.

Avançamos ao estabelecer relações políticas com outras organizações, essenciais para fortalecer o movimento estudantil, apesar de divergências programáticas. A principal crítica é que seus projetos de “esquerda” não rompem com a conciliação de classes, como o petismo no Brasil. Porém, sem abrir mão de análises próprias, é possível construir unidade contra o Arcabouço Fiscal, por políticas de permanência e em defesa da educação – um passo importante para o movimento.

Mas fomos surpreendidos pela postura do Correnteza, que nos impediu de fazer parte dessas articulações, enfraquecendo o campo de oposição. O Correnteza precisa ser consequente na luta contra a Majoritária. E, por isso, também, chamamos os setores a batalharem pela unidade Oposição de Esquerda.

Democracia na UNE

Carta das entidades da Oposição aponta caminho

A Majoritária no Coneg aprovou aumento da taxa para observadores no Congresso da UNE (até R$ 450), uma medida absurda que vai limitar o acesso. Eleições online sem fiscalização também foram aprovadas, gerando temor a fraudes. Em resposta, a Oposição apresentou uma Carta por mais democracia na entidade, um importante instrumento de batalha. A luta agora é contra o “vale-tudo” da gestão atual e por um movimento estudantil mais transparente.

Faça parte!

Rebeldia lança campanha contra Lemann no MEC os bilionários da Educação

O setor privado concentra a maioria das matrículas no ensino superior, e, em 2025, o ensino a distância (EaD) ultrapassou o presencial pela primeira vez. Enquanto os “tubarões da educação” lucram bilhões, a rede pública sofre com cortes de verbas impostas pelo Arcabouço Fiscal e com políticas do Ministro Camilo Santana (PT), como o Novo Ensino Médio (NEM).

A situação se agrava com a presença de um dos maiores bilionários do país no MEC, indicado pelo governo Lula. Para combater o domínio das grandes empresas do setor e defender mais investimentos na educação pública, foi lançada uma campanha nacional por uma escola única, sem vestibular, para filhos da classe trabalhadora e da elite.

Junte-se à luta! Envie uma mensagem no Instagram (@rebeldia.rebeldia) e apoie a campanha contra os projetos capitalistas na educação.

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Last Update: 24/04/2025