Nesta quinta-feira (17/04), às 21h [confira o link abaixo], o cientista político Pedro Costa Júnior recebe o professor emérito José Luís Fiori no programa O Mundo é um Moinho para debater seu novo livro, Uma teoria do poder global. Na obra, Fiori propõe uma leitura original e crítica do sistema internacional, onde o poder é visto não como algo estático, mas como um movimento permanente de expansão, marcado por hierarquia, conflito e guerra.
No prefácio publicado pelo site A Terra é Redonda, Fiori defende que a ideia central da obra é simples e potente: a história do mundo moderno foi moldada não pela busca de paz ou equilíbrio, mas por uma competição contínua entre Estados e impérios, movida pela guerra e pela necessidade de acumular poder. “O poder é movimento”, diz o autor — e esse movimento exige recursos, controle e, muitas vezes, confronto armado.
Inspirado por pensadores como Fernand Braudel, Karl Marx e Charles Tilly, Fiori argumenta que o Estado moderno surgiu da guerra e para a guerra. Para financiar seus conflitos, os Estados criaram tributos, moedas, dívidas públicas — e, com isso, moldaram as economias nacionais. A economia, segundo ele, nasceu como instrumento de poder, não como esfera separada.
O livro também propõe que, ao longo dos séculos, o sistema internacional passou por “explosões expansivas”, momentos de grande tensão e transformação — como as guerras napoleônicas ou, mais recentemente, a ascensão da China e o retorno da Rússia como potências. Para Fiori, estamos vivendo uma nova fase dessa expansão, com o declínio da hegemonia dos EUA e da ordem liberal ocidental.
A ideia de uma “paz perpétua”, diz ele, é uma utopia: em um sistema baseado na disputa e na hierarquia, o conflito é estrutural. A única forma de paz verdadeira exigiria que todas as potências abrissem mão da dominação — algo improvável.
Uma teoria do poder global se apresenta, assim, como ferramenta para entender um mundo em turbulência — e os rumos de sua transformação.
Salve o link e confira, ao vivo, a partir das 21h:
