
A pesquisa Genial/Quaest divulgada dia 19 de março foi feita sob encomenda para fabricar um cenário de fim de mundo do governo, detonar Lula e Haddad e sinalizar a adesão do rentismo e sua mídia à candidatura de Tarcísio de Freitas em 2026.
Do ponto de vista metodológico, é no mínimo desonesto considerar referido levantamento como uma pesquisa de opinião pública.

Isso porque os dados foram obtidos junto a “106 dos maiores agentes do mercado financeiro em São Paulo e Rio de Janeiro”, explica o diretor da Quaest Felipe Nunes.
A ridícula amostra de 106 entrevistados –coletada em apenas dois estados do país– “foi extraída usando bootstrap, considerando o universo de 3.256 agentes de mercado listados no universo de fundos, gestoras, asset management e family offices”, ele explica.
Ou seja, uma “nano-amostra” selecionada dentro do micro-circuito restrito e fechado dos donos das finanças.
A Quaest tomou uma partícula do “universo de 3.256 agentes de mercado” que gerem fundos financeiros milionários e bilionários como expressão de uma totalidade nacional capaz de representar a opinião cabal da sociedade sobre o governo.
Nem precisaria se realizar uma pesquisa para descobrir o que essa turma da bufunfa pensa a respeito do governo e suas políticas distributivas. Seria tão desnecessário quanto entrevistar os diretores do Sport Clube Internacional de Porto Alegre para saber o que eles pensam sobre o rival Grêmio.
A “pesquisa” Genial/Quaest integra o arsenal do jornalismo de guerra das oligarquias dominantes e sua mídia hegemônica contra o governo.
A divulgação deste levantamento se dá no contexto de publicação de inúmeras pesquisas nos últimos meses, realizadas em ritmo frenético para sedimentar cotidianamente no imaginário popular o falso sentimento de queda definitiva e irreversível da popularidade do Lula.
Publicado originalmente no blog do autor