Acostumamo-nos, a contragosto, a ver cenas horripilantes do genocídio em Gaza, resultado das violências cometidas pelos sionistas contra o povo palestino. Ouvimos, também relatos de agressões físicas cometidas pelos soldados das forças de ocupação contra os palestinos, levando a feridas, mutilações ou até mesmo à morte.
Há, no entanto, um tipo específico de agressão que acarreta não apenas sofrimento físico, mas também moral e cultural. É a prática recorrente, pelos sionistas, do estupro cometido em várias formas diferentes todas elas dilacerantes e criminosas.
Os judeus sempre foram vítimas de acusações indevidas e uma histórica discriminação, sem base objetiva na realidade. Foram vítimas de violência que tinham todo requinte de sadismo e perversidade que é comum a todos nazistas, sejam eles alemães ou franceses, da década de 30 do século 20, ou contemporâneos. Más não há relatos, mesmo nos campos de concentração, de termos vítimas de estupro. Os sionistas conseguiram, neste campo, superar em muito os nazistas alemães ou os atuais nazistas ucranianos. Porque eles não só praticam o estupro em modalidades antes inexistentes, como fazem manifestações apoiando os estupradores, conferindo-lhes a aura de verdadeiros heróis nacionais.
Shoshana Strook, filha do ministro israelense de extrema direita dos assentamentos, Orit Strook, denunciou seus pais e um de seus irmãos de estuprá-la quando criança. Ela denunciou que eles usaram um vídeo em pornografia infantil, alegando que eles filmaram seu estupro e que eles a chantagearam com a ameaça com a publicação do vídeo se ela acusasse-os.
O pai da denunciante é uma alta autoridade israelense. Orit Strook faz parte do partido fascista Poder Judaico (liderado por Itamar Ben-Gvir) e tem assento no Knesset como parte do Partido Religioso Nacional – Sionismo Religioso. Ajudou a divulgar “fake news” que acusavam a Resistência Palestina de ter cometido agressões sexuais durante o dilúvio de Al-Aqsa.
Os relatos que foram coletados pela imprensa alternativa mostram uma sequência de crimes de guerra inimagináveis. Em 2007, o filho de Orit Strook, Zviki Strook, e seus amigos entraram em um bairro palestino, capturaram um adolescente de 15 anos, algemaram-no e espancaram-no, despiram-no antes de deixá-lo amarrado em um campo.
Estupros coletivos são uma prática comum na sociedade israelense. Em um caso horrendo em Eilat, em 2020, uma jovem de 16 anos foi estuprada por 30 homens que, segundo testemunhas, aguardavam sua vez em uma fila.
A Associação de Centros de Crise de Estupro em “Israel” denuncia que as respostas à demanda de polícia para denúncias de crimes sexuais mostram uma “falha sistemática”: a maioria das denúncias não é investigada pela polícia – mais de 80% dos casos de crimes sexuais em “Israel” são encerrados sem uma conclusão.
Uma menina de 13 anos relatou ter sido estuprada repetidamente por quatro meninos três ou quatro anos mais velhos que ela na escola, na cidade de Netivot, no sul da colônia de colonos, em 2019. Em outro caso no Norte, no mesmo ano, oito suspeitos entre 14 e 16 anos foram investigados por estupros múltiplos de uma menina de 11 anos.
Em 2019, um grupo de estupradores judeus que foram ao Chipre tiveram seus crimes divulgados amplamente. O Haaretz publicou a manchete “Garotos de festa de sexo inocentados de estupro no Chipre recebem boas-vindas de heróis em Israel”. Na recepção, um grupo de amigos e familiares gritavam “orgulho israelense!” no Aeroporto Ben-Gurion.
“Em 3 de setembro de 2023,” relata o The Times, mais um caso de jovens estupradores judeus ocorreu no Chipre em 2023. Como noticiou o The Times , uma semana após chegar ao local de festas popular entre adolescentes britânicos”, uma moça foi sequestrada, imobilizada e estuprada por cinco homens israelenses. A conivência da justiça foi total: “os juízes declararam que os cinco réus eram inocentes e estavam livres para retornar para casa, na cidade de Majd al-Krum, no norte de Israel, a cerca de 17 quilômetros da fronteira com o Líbano”.
Porque os sionistas praticam o estupro
O “Movimento pelo Judaísmo Reformista” – é , antes de tudo, radicalmente sionista. Tão radicalmente que tem um caso de um rabino abusivo. Por isso, se o estupro é uma prática dos sionistas para seus próprios filhos e para suas mulheres, é ainda mais violento quando se trata de não judeus e, em especial, palestinos: mulheres, crianças e homens também.
Ibrahim Salim denuncia que a tortura sexual é rotineira, incluindo o estupro de crianças. Ele disse: “Para tortura sexual, eles costumavam convocar os prisioneiros individualmente. Quando estávamos em Sde [Teiman], ouvimos que estupraram alguém. Eles estupraram até crianças.
Estupro sistemático de palestinos por sionistas é denunciado pela ONU
A Comissão de Direitos Humanos da ONU divulgou um relatório onde relata a violência sexual sistemática das forças de ocupação contra palestinos, qualificando-a como uma política definida cuja meta é a desumanização do povo palestino, com impunidade tácita com verniz oficial.
O relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, publicado em 13 de março de 2025, revela que a entidade sionista usou de “violência sexual, reprodutiva e outras formas de violência de gênero contra palestinos” em escala industrial desde que o genocídio de Gaza eclodiu em outubro de 2023. A ONU reconhece que os atos criminosos fazem parte de um “esforço mais amplo de Israel para minar o direito [dos palestinos] à autodeterminação”, com cumplicidade dos líderes militares e políticos de Tel Aviv.
O relatório aponta que “a violência sexual e de gênero não é, de forma alguma, um elemento novo da ocupação israelense”. No entanto, após o dia 7 de outubro, houve um “aumento acentuado da violência sexual contra mulheres e homens palestinos”, tanto por parte das Forças de Ocupação Sionistas (ZOF) quanto por colonos. A ONU não teve muito trabalho para recolher provas efetivas desses crimes hediondos. O mais absurdo de tudo isso é que, além da grande quantidade de depoimentos de vítimas e testemunhas, os estupradores têm o hábito de se filmar durante a prática dos crimes e divulgar os vídeos em redes sociais.
Frequentemente, essas imagens abomináveis eram publicadas com orgulho nas contas pessoais dos culpados nas redes sociais. Tudo isso mostra que há uma total impunidade para com os soldados da ZOF para estuprar e saquear. Todos os pedidos da ONU de esclarecimento dos crimes foram solenemente ignorados.
“A Comissão não viu nenhuma evidência de que as autoridades israelenses tenham tomado medidas eficazes para prevenir ou interromper atos de violência sexual, ou para identificar e punir os perpetradores.”
A ONU registrou várias declarações de autoridades israelenses e militares da ZOF acusados de crimes sexuais e “legitimando estupros e outras formas de violência sexual” contra palestinos, especialmente os presos.
As conclusões da Comissão mostram que o abuso sexual, estupro e o trauma físico e psicológico resultante são instrumentos usados pela entidade sionista para atacar os palestinos de forma a destruir sua dignidade e identidade nacional. O que é muito preocupante, dada a tendência de Israel de exportar suas ferramentas e métodos de repressão e assassinato em massa para o exterior, as implicações dessa evolução grotesca na guerra moderna podem ser globais.
A degradação sexual a serviço do sionismo e do imperialismo
O relatório da Comissão da ONU contém cinco seções separadas sobre a instrumentalização do abuso sexual pela entidade sionista: “assédio sexual e humilhação pública de mulheres palestinas”; “filmagem e fotografia de atos de violência sexual contra homens e meninos durante prisões”; “violência sexual durante operações terrestres, incluindo em postos de controle e evacuações”; “violência sexual, reprodutiva e de gênero em detenções”; “violência sexual e de gênero por colonos e outros civis”. Cada uma delas está repleta de descrições grotescas, repulsivas e que agridem o mínimo sentido de humanidade que se possa esperar da sociedade e das autoridades israelenses.
A enorme gama de abusos catalogados e a coerência dos relatos oferecidos por presos em mais de 10 centros de detenção militares israelenses falam por si só. Mostram a dimensão verdadeira desses crimes selvagens, abrangendo o conjunto das autoridades responsáveis por esse verdadeiro inferno e não apenas exceções e erros. Só uma política deliberada e fundamentada, aprovada e direcionada pelos setores dirigentes do Estado judeu podem produzir essa carnificina.
No período de 7 de outubro de 2023 a julho de 2024, a Comissão da ONU constatou que pelo menos 14.000 palestinos em Gaza e na Cisjordânia – entre eles centenas de mulheres – foram presos pela ZOF. Não há a definição de uma justificativa para as prisões, não há tribunal, nem julgamentos. As penas são sabidas apenas pelas autoridades e muitos ficam presos pelo resto da vida. Em vários casos, “a violência sexual foi usada como forma de punição e intimidação desde o momento da prisão e durante toda a detenção, inclusive durante interrogatórios e buscas”:
“Atos de violência sexual… parecem ter sido motivados por ódio extremo ao povo palestino e um desejo de desumanizá-lo e puni-lo… Nudez forçada, com o objetivo de degradar e humilhar as vítimas na frente de soldados e outros presos, era frequentemente usada… Detidos do sexo masculino relataram que agentes da ZOF espancaram, chutaram, puxaram ou apertaram seus genitais, muitas vezes enquanto estavam nus… Em alguns casos, objetos como detectores de metal e cassetetes foram usados para brutalizá-los enquanto estavam nus.”
A Comissão da ONU documentou estupros e agressões sexuais generalizados contra detentos do sexo masculino, “incluindo o uso de uma sonda elétrica para causar queimaduras no ânus e a inserção de objetos, como dedos, pedaços de pau, cabos de vassoura e vegetais, no ânus e no reto”. Uma vítima foi suspensa no teto, de modo que apenas os dedos dos pés tocassem uma cadeira abaixo, e espancada com ferramentas por horas. Durante o abuso, um “pedaço de metal” foi inserido em seu pênis cerca de 20 vezes até que ele começou a sangrar, antes de desmaiar.
A Comissão determinou que os presos eram rotineiramente submetidos a abuso e assédio sexual, e que ameaças de agressão sexual e estupro eram dirigidas aos presos ou aos seus familiares. A Comissão recebeu relatos detalhados sobre presos sendo forçados a se despir e deitar uns sobre os outros, enquanto eram submetidos a abusos verbais e forçados a xingar suas mães. Caso não obedecessem a eles eram espancados.
As mulheres eram preferencialmente vítimas de assédio sexual, agressão, estupro e ameaças de morte. Um soldado da ZOF avisou a uma mulher palestina presa que a mataria e queimaria seus filhos, e ainda perguntou: “Como vocês querem que a gente estupre vocês? Uma por uma ou todas juntas?”. Outra mulher presa foi ameaçada de agressão sexual na frente do marido, enquanto os soldados cuspiam em seu rosto e a espancavam até ela desmaiar. Várias mulheres palestinas sofreram a criminosa indignidade de ter “dispositivos estranhos” inseridos em suas vaginas ou retos.
Além disso, as mulheres presas sofriam “repetidamente, prolongadamente e invasivamente revistas íntimas, tanto antes quanto depois dos interrogatórios”. Uma mulher palestina foi revistada intimamente em sua cela a cada três horas durante seus quatro dias de detenção, “mesmo estando menstruada”. As mulheres eram regularmente forçadas a tirar todas as suas roupas, incluindo véus, na frente de soldados e soldados da ZOF. Espancamentos e assédio, além de serem bombardeadas com insultos sexuais, como “vadia” e “puta”, também eram comuns.
Império do Terror
Em julho de 2024 , 10 soldados da ZOF submeteram um detento palestino a uma violência sexual tão cruel que ele precisou de cirurgia urgente. Este não foi um evento isolado, sendo comuns o mesmo comportamento por outros soldados. Os soldados ficaram presos apenas alguns dias, sendo que alguns apenas com prisão domiciliar. Estes soldados invadiram a cela de um preso palestino no centro de detenção de Sde Teiman, o espancaram com cassetetes e o eletrocutaram na cabeça, antes de inserir um cassetete em sua boca à força, enquanto o intimidavam com um cachorro. Ele também foi esfaqueado no reto com um objeto cortante. O ataque deixou o palestino com várias costelas fraturadas, um pulmão perfurado e outros ferimentos graves.
Estes facínoras foram agraciados com protestos em massa exigindo sua libertação, de israelenses indignados com a punição que receberam. A Comissão acusou vários altos funcionários de entidades sionistas de expressarem indignação com as prisões dos soldados. O Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, disse que eles sofreram “terrível injustiça”. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, declarou ser “vergonhoso” que os “melhores heróis” de Tel Aviv tenham sido submetidos a uma “perseguição tão cruel”.
Estes crimes mostram a verdadeira face do imperialismo ocidental, hipocritamente defensor da “liberdade” e dos “direitos humanos”. Os Estados Unidos, que patrocina o Estado judeu em todos seus atos hediondos, são cúmplices desses crimes. Assim também os países imperialistas europeus que foram os precursores do colonialismo que submeteram povos inteiros ao mesmo “tratamento civilizado” que hoje Israel concede aos palestinos.
O principal instrumento do imperialismo é a selvageria também no amordaçamento da liberdade na divulgação destes e outros fatos do genocídio em Gaza. A imprensa burguesa norte-americana e europeia permanece em silêncio absoluto sobre essa defesa aberta do estupro como instrumento de terror. As conclusões perturbadoras da Comissão da ONU também não provocaram nenhuma ação contra estes crimes. Como sempre, os meios de comunicação e os chamados defensores do mundo livre são cúmplices em seu silêncio – e é precisamente esse silêncio que incentiva e salvaguarda a cultura de impunidade das autoridades e da sociedade israelense como um todo.