PCO lança chapa completa na cidade operária de Volta Redonda (RJ) e nesta edição entrevistamos os operários metalúrgicos da CSN, Assídio Francisco do Nascimento, o “Jamaica”, candidato a prefeito, e Luiz Eugênio Honorato, presidente municipal do PCO e que encabeça a chapa de candidatos a vereador. “Jamaica” terá como candidata a vice-prefeita a companheira Edileuza Ramos, diarista.
Causa Operária: Qual a importância de candidaturas operárias em Volta Redonda?
Luiz Eugênio: A Cidade do Aço, sede da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), privatizada em um processo criminoso em 1993, sofre com o crescimento da direita e a capitulação da esquerda. Estamos implementando trabalhos de base, de propaganda e atuação nos movimentos, convocando trabalhadores e estudantes para retomar a liderança política que a classe operária teve no passado. Essa reorganização dos trabalhadores se dará também com a criação e fortalecimento dos Comitês de Luta que surgiram para lutar contra o golpe que resultou no fim do governo da presidenta Dilma Rousseff e pela eleição do Presidente Lula. Os comitês são um instrumento fundamental para esse desenvolvimento.
Jamaica: Não temos ilusões nas eleições, mas elas são a oportunidade de realizar o debate político, programático e de defesa dos interesses dos trabalhadores, para enfrentar o retrocesso econômico, social e político que se abateu sobre nossa cidade.
Causa Operária: Qual é a política do PCO para as eleições na cidade?
Luiz Eugênio: O PCO em Volta Redonda tem uma tradição de combatividade e lutas históricas, desde o movimento sindical contra a privatização, somos operários metalúrgicos oriundos desse movimento.
Jamaica: E também por isso entendemos que uma questão central é buscar reestatizar a CSN, o que pode contribuir para o processo de reindustrialização de todo o país, o que ajudaria a resolver vários problemas da população na cidade.
Causa Operária: Qual o impacto da privatização da CSN?
Luiz Eugênio: Terra arrasada. O desemprego e o empobrecimento da população foram alarmantes. A empresa privatizada não tem vínculo com a cidade e seus trabalhadores, existe o problema da poluição e muitos outros.
Jamaica: É também possível criar milhares de empregos se a prefeitura abrir frentes de trabalho e concursos públicos para preencher vagas e espaços deficitários; é preciso ver também a atuação das empresas subsidiadas e terceirizadas da CSN que tem imensa rotatividade de mão de obra e baixos salários.
Causa Operária: Quais outras propostas vocês destacariam?
Luiz Eugênio: É preciso uma política ambiental que devolva qualidade de vida à população; a emissão de pó da CSN prejudica o ar que respiramos; estamos expostos à partículas de limalhas de Ferro e do Coque da coqueria, por falta de investimento da empresa que, ávida por lucro, mantém equipamentos obsoletos com risco de vidas aos seus funcionários e também para toda a população. Defendemos uma política de ocupação dos espaços públicos usados pela empresa. Outra questão é municipalizar o Escritório Central, prédio este que já foi orgulho nacional, e toda a antiga estrutura fora da usina da CSN.
Jamaica: O transporte público com direito a passe livre para estudantes e desempregados; Saúde pública e fim das Organizações Sociais (OS); defesa da educação pública e vagas em creches. Acho que essas se destacam. Mas sabemos que tudo isso só pode ser conquistado por meio da luta do povo trabalhador