“Um dos mais malucos da história do STF”, diz ministro sobre voto de Fux

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux. Foto: AFP

Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em condição de anonimato, detonou o voto de Luiz Fux durante o julgamento da trama golpista na Primeira Turma da Corte. Ele avalia que a manifestação do magistrado dá munição ao discurso de bolsonaristas.

“Um dos mais malucos da história do STF. desfaz tudo que ele mesmo disse em centenas de casos iguais. Centenas”, disse o ministro à coluna de Carla Araújo no UOL. Para o mesmo magistrado, a manifestação acaba “entregando a cabeça” de colegas para sanções americanas e ataques.

A crítica surgiu após Fux pedir a anulação do processo contra Bolsonaro e sete aliados durante o julgamento na Primeira Turma. Ele abriu divergência em relação ao relator Alexandre de Moraes e ao ministro Flávio Dino, que já se manifestaram pela condenação. Ainda faltam os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, previstos para os próximas dias.

Os membros da Corte têm reclamado da incoerência da fala de Fux, que, no passado, votou a favor de aceitar a denúncia contra Bolsonaro e os demais sete acusados do “núcleo central” da trama golpista. Na ocasião, disse que ataques ao Estado Democrático de Direito eram “absolutamente repugnantes e inaceitáveis”.

O advogado Celso Vilardi e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Gustavo Moreno/STF

O voto provocou desconforto na Primeira Turma, mas agradou advogados, familiares e aliados de Bolsonaro, que agora enxergam a possibilidade de absolvição. Defensores dos réus da trama golpista dizem que ele “arrebentou” e até que “amam” o ministro.

Fux afirmou que a Corte é “absolutamente incompetente” para conduzir o processo por estar “julgando pessoas sem prerrogativa de foro”. Ele ainda reclamou da condução de Alexandre de Moraes, relator do caso, e endossou o discurso da defesa dos réus, alegando que os advogados receberam um “tsunami de dados” sem identificação adequada.

A avaliação interna é de que Fux não conseguirá reverter a maioria, que deve condenar Bolsonaro, mas dará brechas para contestação das defesas.

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