Um camelo para a fuga do tirano Donald Trump
por Fábio de Oliveira Ribeiro
Nós todos sabemos como os norte-americanos são obsedados por viagens no tempo. É desnecessário citar aqui todas as séries de TV e filmes recentes e antigos em que esse tema predomina. Mencionarei apenas Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023), porque resolvi utilizar quatro IAs como se elas fossem a Máquina de Anticítera que leva os personagens para a antiguidade grega.
Eis as perguntas elaboradas e feitas a quatro IAs recrutadas para funcionar como a minha Máquina de Anticítera:
1- Decreto de Demofante. O que você me diz sobre essa Lei da defesa da democracia de 410 aC?
2- “Vou matar por palavra e ação e por minhas próprias mãos, se isso estiver ao meu alcance, todo aquele que subverter a democracia em Atenas, ocupar qualquer cargo público enquanto a democracia estiver suspensa, tentar se tornar um tirano ou ajudar a estabelecer a tirania. E se alguém matar tal pessoa, vou considerá-lo puro aos olhos dos deuses e deusas, porque terá matado um inimigo dos atenienses e venderei todos os bens da pessoa assassinada e darei metade dessa renda a seu assassino, sem privá-lo de nada; e se alguém morrer ou matar ou tentar matar essa pessoa, vou cuidar dele e de seus filhos da mesma maneira que Harmódio e Aristogíton e seus descendentes. E declaro nulos todos os juramentos feitos contra a democracia ateniense, em Atenas ou em qualquer outro local”.
3- Donald Trump tem promulgado decretos acintosamente inconstitucionais. Os esbirros dele ameaçam e mandam prender juízes que suspenderam alguns de seus decretos para restaurar a legalidade. Qualquer instituição pública ou privada que desafie as diretrizes políticas de Donald Trump está sofrendo cortes orçamentários. É possível dizer que ele é um inimigo da democracia norte-americana?
4- Suponha agora que nós estamos em Atenas, ano 410 aC. O Decreto de Demofante acabou de ser promulgado. Donald Trump seria visto como um defensor da democracia ou como um inimigo da democracia?
5- Considerando o que se sabe acerca da personalidade de Donald Trump ele ficaria em Atenas e enfrentaria seu destino ou ele fugiria da cidade para salvar sua vida? Essa é uma pergunta meramente hipotética.
6- Supondo que Donald Trump optasse pela fuga, para onde ele iria? Egito, Pérsia ou Sicília?
ChatGPT, Gemini, Perplexity e DeepSeek forneceram respostas consistentes. As respostas fornecidas pelas quatro IAs em relação às duas primeiras questões foram adequadas ou muito adequadas. O mesmo pode ser dito em relação às respostas dadas à terceira questão.
O Gemini geralmente se recusa a discutir questões norte-americanas recentes e politicamente sensíveis. Mas desta vez essa IA não fugiu de nenhuma pergunta. Isso me parece relevante.
Todas as quatro IAs sem exceção disseram que se estivesse em Atenas no ano de 410 aC o presidente Donald Trump seria considerado um inimigo da democracia. Perplexity afirmou que ele permaneceria na cidade e enfrentaria seu destino. Gemini concluiu que ele tanto poderia fugir quanto ficar em Atenas. As duas outras IAs afirmaram que Donald Trump optaria pela fuga.
Segundo nossa Máquina de Anticítera combinando quatro IAs o destino mais provável de Trump na antiguidade seria a Sicília, a Pérsia seria uma segunda opção viável. Isso me fez elaborar uma pergunta adicional:
7- Uma última pergunta: Caso tivesse que fugir dos EUA nos dias de hoje, Donald Trump seria melhor recebido no Egito, Pérsia (Irã) ou Sicília?
Em caso de fuga, das três opções fornecidas, o destino mais provável de Donald Trump nos dias atuais seria o Egito (três IAs). A fuga para a Pérsia (Irã) teria que ser totalmente descartada. A Sicília seria um destino muito plausível segundo o DeepSeek (essa IA considerou o Egito uma segunda opção). Melhor Donald Trump começar a estocar protetor solar e constituir um procurador egípcio para adquirir uma tenda e alguns camelos. Ele pode precisar muito disso no futuro.
Fábio de Oliveira Ribeiro, 22/11/1964, advogado desde 1990. Inimigo do fascismo e do fundamentalismo religioso. Defensor das causas perdidas. Estudioso incansável de tudo aquilo que nos transforma em seres realmente humanos.
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