O nível de dissonância cognitiva do bolsonarismo alcança um estado lamentável e perigoso ao fim do ano. E o perigo é tanto maior porque uma das comunidades mais afetadas psicologicamente pela psicopatia extremista é justamente aquela vinculada à segurança, com acesso a armas.

O que aconteceu com a jornalista Natuza Nery é completamente inaceitável. O indivíduo sacrifica o próprio emprego, o bem-estar de sua família, apenas para gritar impropérios idiotas contra uma mulher. E o faz na frente de sua própria esposa, que assistiu a tudo, naturalmente, horrorizada com a estupidez e violência de seu próprio companheiro.

E porque ele grita? Bem, ele gritava, segundo testemunhas, contra uma suposta decadência do Brasil, obviamente por culpa do governo Lula. Acontece que os indicadores socioeconômicos terminaram o ano com o menor desemprego da história, menor inflação em quatro anos e crescimento econômico muito acima do esperado por todos os analistas. Ou seja, a razão de sua revolta é baseada puramente nas fakenews que ele deve consumir diariamente nas redes bolsonaristas.

Abaixo, um resumo da notícia:

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para investigar uma denúncia de ameaça contra a jornalista Natuza Nery. O episódio ocorreu na noite de 30 de dezembro, em um supermercado na região de Pinheiros, São Paulo, enquanto ela fazia compras. O policial civil envolvido, cujo nome não foi divulgado, estava fora de serviço e também fazia compras no local.

Segundo testemunhas, o policial se aproximou da jornalista e perguntou se ela era a Natuza Nery da GloboNews. Após a confirmação, ele afirmou que ela e a empresa para a qual trabalha são “responsáveis pela situação do país” e que pessoas como ela “merecem ser aniquiladas”. Enquanto estava no caixa, o homem continuou xingando a jornalista, mesmo com a tentativa de sua acompanhante de acalmá-lo, dizendo que Natuza “apenas fazia seu trabalho”.

A Polícia Militar foi acionada e esteve no local. Inicialmente, o caso foi registrado no 14º Distrito Policial, mas, ao ser identificado como policial civil, o suspeito passou a ser investigado pela Corregedoria da Polícia Civil. A Secretaria de Segurança Pública afirmou em nota que “diligências foram realizadas no supermercado em busca de imagens do ocorrido e de eventuais testemunhas”.

Natuza Nery preferiu não se pronunciar sobre o caso.

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Last Update: 01/01/2025