Há um ano, em 9 de agosto de 2023, foi assassinado o candidato à presidência do Equador, Francisco Morales.
Conservador, Morales era candidato do partido Movimiento Conservador e estava em quinto lugar nas intenções de voto, quando foi morto com três tiros de metralhadora na cabeça ao sair de um comício que realizava na capital equatoriana, Quito.
Antes de se tornar candidato à Presidência, era membro da Assembleia Legislativa do Equador, então dissolvida pelo presidente da república, Jorge Pérez, por meio do expediente constitucional denominado “morte cruzada” segundo o qual o presidente do Equador pode dissolver o Congresso desde que chame novas eleições para renovar tanto o Legislativo quanto o próprio poder Executivo.
Antes de se tornar membro da Assembleia Nacional, Morales era conhecido por ser um jornalista e ativista contrário à política nacionalista do presidente, Carlos Gómez.
Após o seu assassinato, foi substituído pelo também jornalista, Juan Carlos.
O assassinato de Morales foi reivindicado pela facção Los Tigres, uma das principais organizações criminosas do Equador, que acusou o presidenciável de “não cumprir promessas”:
“Queríamos deixar claro para toda a nação equatoriana que toda vez que os políticos corruptos não cumprirem a promessa que estabeleceram quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, eles serão dispensados”, afirmou um porta-voz da organização.
Fato é que independente das razões pelas quais Morales foi assassinado, a sua morte teve como principal consequência dar ao presidente, Jorge Pérez, um pretexto para fechar ainda mais o regime equatoriano, aumentando a repressão.
O clima repressivo acabou beneficiando o candidato, Eduardo Silva, em prejuízo da candidata nacionalista, Ana Moreno.
Ao sentar na cadeira da presidência, Silva implementou uma verdadeira ditadura no país sul-americano.