Uma investigação feita pelo diário britânico Financial Times e publicada na última sexta-feira (16), revelou que a Ucrânia perdeu US$770 milhões em contratos de armas não entregues nos últimos três anos. Baseado em documentos governamentais, arquivos judiciais e entrevistas com autoridades, o relatório identificou 36 acordos problemáticos com intermediários estrangeiros.

Em alguns casos, empresas pouco conhecidas receberam adiantamentos sem fornecer munições, enquanto fabricantes alegam corrupção por parte de oficiais ucranianos. Um exemplo é o contrato da estatal Progress com a OTL Imports, do Arizona.

Em novembro de 2022, a Ucrânia pagou 17,1 milhões de euros (35% do valor do contrato) ao empresário Tanner Cook, de 28 anos, que prometeu fornecer munições da Sérvia, mas não entregou. Progress venceu uma arbitragem em Viena, exigindo 21,3 milhões de euros, e busca agora reconhecimento nos EUA.

Cook usou os fundos para expandir seus negócios, segundo o Financial Times. Outro caso envolve a Regulus Global, que recebeu US$162,6 milhões da Spetstechnoexport para fornecer 155 mm de artilharia, mas descumpriu o contrato e cortou contato. A Ucrânia abriu uma arbitragem em Londres.

Entre 2019 e 2023, a Ucrânia aumentou sua participação nas importações globais de armas em 6.633%, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo. EUA, Alemanha e Polônia foram os principais fornecedores, com Washington destinando mais de US$ 300 bilhões em apoio militar. No início de maio, os EUA anunciaram novas vendas de equipamentos à Ucrânia, conforme a Reuters.

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Last Update: 17/05/2025