No último dia 1º, a Ucrânia promoveu uma série de ataques com drones contra a Rússia, tendo como alvos um aeródromo militar localizado na Sibéria, entre outros. Os ataques acontecem às vésperas de mais uma rodada de negociações por um cessar-fogo. Não se trata de uma ofensiva normal, mas parte de uma operação coordenada com a clara intenção de sabotar qualquer possibilidade de paz entre os dois países.

O Ministério da Defesa russo classificou a ação como terrorista. Apesar de não terem sido registradas vítimas civis ou militares, participantes do atentado foram capturados pelas autoridades russas. 

De acordo com informações da imprensa porta-voz do imperialismo, aproximadamente 40 aviões russos teriam sido danificados ou destruídos pelos bombardeios. A Rússia ainda não apresentou um relatório oficial completo, informando apenas que está avaliando os prejuízos.

Como resposta, o Crêmlin lançou o maior ataque com drones já realizado contra a Ucrânia desde o início da operação militar especial, superando inclusive o ataque de maio. A Rússia responde com ataques em escala cada vez maior às provocações ucranianas.

Em meio a tudo isso, Quieve se prepara para a nova rodada de negociações que acontecerá amanhã (2), em Istambul (Turquia). Zelenski enviará uma delegação liderada pelo ministro da Defesa Rustem Umerov, tentando se colocar como porta-voz de um país que sequer tem legitimidade institucional. O atual mandatário já não é mais presidente, nem mesmo com uma certa aparência de legitimidade de outrora, o que torna sua permanência no poder um golpe de Estado escancarado.

Na última rodada de negociações, a delegação russa foi composta por representantes de segundo escalão, o que foi usado pela imprensa burguesa como argumento para sabotar as conversações. Agora, mais uma vez, a ditadura ucraniana ataca dias antes da negociação, mostrando que jamais teve intenção de alcançar a paz.

Enquanto isso, o imperialismo intensifica sua ofensiva. No Reino Unido, o ministro da Defesa John Healey, anunciou que o país fará o maior investimento militar desde a Guerra Fria, com um aumento de gastos para 2% do PIB até 2027 — totalizando US$17 bilhões — e com previsão de chegar a 3% até 2030. Healey foi claro: “nos preparamos para a guerra para segurar a paz”, uma clara ameaça dirigida a Moscou. 

Ainda mais grave, a OTAN anunciou planos de enviar tropas para a Ásia, com a justificativa de impedir a presença de soldados norte-coreanos na Europa — que estariam combatendo ao lado das forças russas na Ucrânia. É o aumento da escalada militar por parte dos países imperialistas, numa tentativa desesperada de conter o avanço russo.

A escalada é generalizada. A Alemanha cogita fornecer mísseis de cruzeiro Taurus à Ucrânia — armamento de longo alcance lançado do ar para ataque terrestre ou naval. Os russos já responderam que isso seria considerado uma declaração de guerra por parte do governo alemão. A tentativa do imperialismo europeu de escalar o conflito só confirma que a guerra não é entre Ucrânia e Rússia, mas entre o imperialismo e a Rússia.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também aumentou o tom ao afirmar que poderia colocar o arsenal nuclear francês à disposição dos aliados da OTAN. Disse que a “ameaça russa” afeta diretamente os países da Europa, numa clara ameaça de guerra nuclear.

Desde a anexação da Crimeia, a Rússia sofre uma série de sanções que, com a operação militar especial, iniciada em fevereiro de 2022, se intensificaram: bloqueio de bancos no sistema SWIFT, congelamento de bens, suspensão de contratos, bloqueio aéreo, encerramento de programas do Banco Mundial, expulsão do país de conselhos científicos, ruptura com a Agência Espacial Europeia, entre outros. Um cerco econômico, cultural e militar que só confirma o caráter criminoso do imperialismo.

A Ucrânia está sob domínio de uma ditadura de extrema direita, aberta e ostensivamente nazista desde o golpe de Estado promovido pelo imperialismo em 2014, após o levante artificial do Euromaidan, impulsionado pelo imperialismo. Sindicatos foram queimados com pessoas dentro, movimentos populares foram banidos e a oposição perseguida.

A extrema direita ucraniana promoveu diversas atrocidades durante o conflito, torturando a população de origem russa. Os crimes da ditadura incluem amarrar suas vítimas em postes para exibição pública, despir russo à força, assassinato e estupro.  Além disso, para proteger suas posições militares, utilizaram civis, hospitais e escolas como escudos humanos, colocando a vida de inocentes em risco e violando os mais básicos princípios do direito internacional. 

Depois de oito anos de bombardeios ininterruptos contra a região rebelde do Donbass, Donetsk e Lugansk se autodeclararam repúblicas independentes. Após referendos populares, como ocorridos na Criméia, as repúblicas soviéticas foram incorporadas à Federação Russa em 2022, junto às regiões de Kherson e Zaporíjia.

Tentativas ucranianas de lançar contra-ofensivas falharam repetidamente, como a empreendida em junho de 2023, reconhecida até pela imprensa imperialista como um desastre militar. As perdas da Ucrânia são devastadoras: estima-se que mais de um milhão de soldados ucranianos tenham morrido ou ficado gravemente feridos — um número jamais divulgado pela grande imprensa, que já não vende mais a ilusão de que a Ucrânia estaria vencendo. 

A Ucrânia tem recorrido a medidas extremas para manter-se na guerra, isso inclui enviar para o combate pessoas de idade avançada e mulheres. A pedido de Macron, até mesmo jovens cuja idade mínima para alistamento foi reduzida chegaram a ser alistados, em uma clara demonstração do custo humano brutal que esse conflito vem impondo à população.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, as forças ucranianas sofreram pesadas perdas em armamentos, com a destruição de mais de 3.600 tanques e veículos blindados, cerca de 4.300 peças de artilharia, além de mais de 350 sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, quase 2.200 veículos militares e mais de 100 sistemas de defesa aérea. 

Essas perdas demonstram o tamanho da derrota que a Rússia impôs à OTAN. Recentemente, uma grande quantidade de armamentos apreendidos, incluindo tanques de várias nacionalidades de países imperialistas, foram apresentados como verdadeiros troféus e demonstram o sucesso das operações militares russas e a eficácia de suas ações no conflito.

Em recente conversa pública com Zelenski, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a Ucrânia só resiste devido às armas e do dinheiro dos Estados Unidos. Trump representa uma crise no interior dos países imperialistas com relação à questão e declarou defendeu também que a ditadura ucraniana aceite um acordo de paz, caracterizado pelo governo norte-americano como benéfico para o povo ucraniano, que está sendo massacrado.

O país foi sustentado na guerra por bilhões de dólares do imperialismo: somente os EUA já destinaram mais de 350 bilhões de dólares, enquanto a União Europeia contribuiu com outros 150 bilhões. Não há dúvidas: quem banca a guerra são os países da OTAN, que estão em guerra contra a Rússia por procuração.

Diante da situação favorável, a Rússia reforça que não pretende abrir mão de suas garantias, mantendo uma postura firme em suas reivindicações políticas e territoriais: o levantamento de todas as sanções econômicas, reconhecimento das regiões incorporadas à Federação russa, desmilitarização da Ucrânia e o fim da expansão da OTAN para o leste europeu.

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Last Update: 02/06/2025