Um alerta aéreo foi emitido na manhã de terça-feira 25 para grande parte da Ucrânia devido à presença de mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia em direção a Kiev, informaram as autoridades.

O alerta aéreo prossegue. Permaneçam nos abrigos até que o perigo passe”, anunciou no Telegram o comando militar da região de Kiev.

As autoridades informaram que uma mulher de 44 anos ficou ferida em um ataque no distrito de Obukhiv, onde uma casa e outros imóveis foram parcialmente destruídos.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que interceptou e destruiu 19 drones ucranianos durante a noite.

Uma casa particular destruída após a explosão de uma bomba aérea guiada na região de Kharkiv em 24 de fevereiro de 2025, no terceiro aniversário da invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia.
Foto: SERGEY BOBOK / AFP

Os combates acontecem um dia após o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, que provocou milhares de mortes nos dois países.

A invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022 sob a ordem do presidente Vladimir Putin, provocou a pior catástrofe na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, causando dezenas de milhares de mortos, milhões de refugiados e a destruição de cidades inteiras.

Negociações de paz

A Rússia, que ocupa 20% do território ucraniano, afirmou que está disposta a negociar sobre a guerra, mas que só deixará de combater quando um acordo de paz lhe for “conveniente”, acusando a Europa de querer prolongar as hostilidades.

Moscou exige, principalmente, que Kiev ceda cinco províncias total ou parcialmente ocupadas e que renuncie a ingressar na Otan.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, exortou o país a “conquistar a paz por meio da força, da sabedoria e da unidade”.

“Este ano deve ser o do início de uma paz real e duradoura”, declarou Zelensky em uma cúpula em Kiev com cerca de vinte líderes estrangeiros, entre eles a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez.

Ele, inicialmente, negava ceder qualquer parte de seu território para a Rússia com o objetivo de alcançar a paz. A chegada de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, no entanto, elevou a pressão contra Zelensky, que pode ter que fechar um acordo desfavorável para seu país.

O efeito Trump

O presidente Donald Trump alinhou-se com a postura russa, responsabilizando a Ucrânia pelo início do conflito em 24 de fevereiro de 2022 e iniciou diálogos com Moscou sem a participação ucraniana ou europeia.

Além disso, Trump insiste em recuperar o valor da ajuda fornecida a Kiev desde o início do conflito por meio do acesso a recursos minerais ucranianos.

Kiev afirmou nesta segunda-feira que está nas “fases finais” de um acordo com Washington sobre a exploração dos metais raros.

A Rússia, por sua vez, não escondeu aa satisfação desde que Trump rompeu o isolamento ocidental de Putin e abriu negociações bilaterais.

Sinal dessa mudança radical de posição, os Estados Unidos propuseram nesta segunda-feira à Assembleia Geral da ONU um projeto de resolução que exige o fim da guerra na Ucrânia, mas sem mencionar sua integridade territorial.

A Assembleia Geral reafirmou, apesar disso, seu apoio à integridade territorial da Ucrânia, com 93 votos a favor, 18 contra — incluindo os Estados Unidos — e 65 abstenções.

Os aliados europeus de Kiev tentam se mobilizar diante da mudança de postura dos EUA. O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se nesta segunda-feira em Washington com Trump para defender a causa da Ucrânia, poucos dias antes de o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, fazer o mesmo.

Após o encontro, Macron elogiou no X a “coragem” da Ucrânia diante do “agressor” russo. Ele concordou, porém, com a ideia do republicano de encerrar o conflito o mais breve possível.

Donald Trump e Emmanuel Macron apertam as mãos no final de uma entrevista coletiva conjunta no Salão Leste da Casa Branca, em Washington, DC, em 24 de fevereiro de 2025. (Foto: ROBERTO SCHMIDT / AFP)

Londres anunciou nesta segunda-feira mais de uma centena de novas sanções contra pessoas e entidades na Rússia e em outros países, como China e Coreia do Norte, acusadas de “apoiar a invasão”.

Os países nórdicos e bálticos, cujos líderes participaram da cúpula em Kiev, comprometeram-se a aumentar a ajuda militar à Ucrânia. A ação é uma resposta ao freio imposto por Trump nos recursos encaminhados pelo seu país para a guerra europeia.

(Com informações de AFP)

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 25/02/2025