O presidente da Argentina, Javier Milei, já está procurando oportunidades de trabalho ou exílio no exterior, caso seja obrigado a deixar o país em decorrência da administração que não tem respaldo sequer do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou se não lograr uma reeleição.
A afirmação é do cientista político e professor de relações internacionais e jornalismo, Bruno Lima Rocha, convidado do programa TVGGN 20 Horas da última sexta-feira (19).
O governo argentino precisa de dólares para financiar o agro, que necessita de US$ 15 bilhões para fechar a safra desse ano e fazer a liquidação da safra.
Na ocasião, o impacto inflacionário ampliou a desigualdade entre os cidadãos que tinham emprego estável e os que não tinham.
FMI
O cientista político ressalta que nem o FMI apoia as medidas de Milei, apesar de chancelar todos os cortes sociais possíveis e imagináveis que podem ser feitos pelo presidente.
A economia argentina é uma economia extremamente regulada, com câmara setorial para conter a sanha dos formadores de preço, porque se enxugar muito, a maior parte do consumo das famílias na Argentina é formada por 12 conglomerados econômicos.
A pressão pela liberação de preço dos 12 conglomerados somada aos cortes de subsídios nas áreas sociais, como transporte, energia, alimentos e aluguel, joga cada vez mais argentinos na pobreza.
Outro motivo pelo qual a política econômica não conta com o apoio do fundo internacional é a percepção de que tanto Milei quanto Luis Caputo, ministro da Economia, são aventureiros econômicos.
Ao longo da entrevista, Bruno Lima Rocha falou ainda sobre o papel do Brasil e do Paraguai nas relações comerciais com a Argentina.