Levante Popular da Juventude: “Escrachamos novamente José Antônio Belham pois a luta por MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA segue na ordem do dia para a juventude que ousa lutar”.
O Levante Popular da Juventude retomou, nesta segunda-feira (24), os protestos contra o general reformado José Antônio Nogueira Belham, ex-comandante do DOI-CODI, apontado pela Comissão da Verdade como um dos responsáveis pela morte do ex-deputado Rubens Paiva. A ação ocorreu em frente ao prédio onde Belham reside, na zona sul do Rio de Janeiro.
“Não esqueceremos, não descansaremos, até que haja justiça para Rubens Paiva e para todos e todas que morreram lutando pela democracia, aqueles que foram de aço nos tempos de chumbo”, declarou o movimento em suas redes sociais.
Nesta segunda (24), o programa TVGGN 20H recebe a militante do Levante Popular da Juventude e vice-presidente da UNE, Daiane Araújo, para uma entrevista com o jornalista Luis Nassif [confira o link abaixo].
Durante o ato, os manifestantes pintaram no asfalto a frase “Ainda estamos aqui”, uma referência ao filme de Walter Salles, sobre o luto contido de Eunice Paiva em meio ao desaparecimento de seu marido, durante a ditadura no Brasil.
Ainda, o escracho reforçou a defesa da revisão da Lei da Anistia (Lei 6.683/1979), exigindo que crimes de desaparecimento e ocultação de cadáver não sejam anistiados, além da expulsão de militares envolvidos em tortura e a perda de seus benefícios.
Outra pauta destaque durante o escracho foi a relação de Jair Bolsonaro com a mulher de Belham, Maria de Fátima Campos, que trabalhou para o ex-presidente quando ele ainda era deputado.
A mobilização ocorre um dia após o escritor Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice Paiva e autor do livro adaptado para o cinema, ter sido agredido por um bolsonarista neste domingo (23/02) durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo.
O caso Rubens Paiva
Em 2014, a Comissão da Verdade concluiu que Belham esteve diretamente envolvido na morte de Rubens Paiva. Em depoimento, o general negou participação e alegou estar de férias na data provável da morte, versão refutada pelas provas, entre documentos e depoimentos de ex-agentes da repressão.
Denunciado pelo Ministério Público Federal, Belham teve o processo arquivado com base na Lei da Anistia. Agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) revisará o caso. Dos acusados, apenas Belham e o major reformado Jacy Ochsendorf e Souza seguem vivos.
Salve o link abaixo e confira a entrevista com a líder da manifestação, Daiane Araújo.