A polícia turca prendeu 44 pessoas nesta sexta-feira 15 no município de Istambul, governado pela oposição, incluindo o prefeito do distrito central de Beyoglu e vários de seus assessores, informou a agência estatal de notícias Anadolu.
A nova onda de detenções por “corrupção” é parte de uma série de detenções efetuadas nos últimos meses contra integrantes do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), o principal partido de oposição da Turquia.
O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, considerado o principal opositor do presidente Recep Tayyip Erdogan, foi preso em março.
A detenção de Imamoglu desencadeou protestos sem precedentes nos últimos anos no país.
O presidente do CHP, Özgür Özel, afirmou na rede social X que “em 149 dias, a Justiça não conseguiu apresentar uma acusação”. E acrescentou, em tom de ironia, que “só possuem acusações caluniosas, como ‘ouvi isso’”.
Para ele, “esta operação é uma vingança que pretende ocultar o dano causado (ao país) pela quadrilha do partido AKP” de Erdogan, no poder desde 2002.
Além de Imamoglu, nove dos 26 prefeitos distritais pertencentes ao CHP foram presos desde outubro, a maioria por corrupção, acusação que todos negam.
Outros prefeitos integrantes do CHP foram detidos em várias cidades do país.
Analistas afirmam que o governo tenta enfraquecer o CHP, grande vencedor das eleições locais de 2024, para beneficiar o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, conservador-islâmico) do presidente Erdogan.