A convenção do PSDB para oficializar José Luiz Datena como candidato à prefeitura de São Paulo, realizada na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) no fim de semana, começou tumultuada. Um grupo de dissidentes tucanos, liderados pelo ex-presidente do diretório municipal, Fernando Alfredo, que apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), está realizando protestos no local.
De acordo com o jornal O Globo, manifestantes usando camisetas com “Militância Tucana – Respeitem nossa história” instalaram um carro de som que reproduzia declarações antigas de Datena contra o partido, como “Aécio deveria estar preso” e “se o Aécio for preso eu venho de cueca apresentar o programa”.
O grupo também usava apitos e buzinas, gritando “democracia” e tentando entrar no plenário da Alesp. Apesar do clima tenso, não houve agressões até o momento. A Polícia Militar foi chamada para organizar o início do evento. Mario Covas Neto, presidente da federação PSDB-Cidadania, foi barrado pela PM ao tentar acessar o plenário por um corredor congestionado pelos manifestantes. Fernando Alfredo pediu calma aos seus apoiadores.
Com a candidatura de Datena já confirmada pela direção nacional da federação PSDB-Cidadania, a convenção municipal ainda precisa resolver questões como a escolha do vice da chapa, que será anunciada pelo próprio Datena durante o encontro. O ex-senador José Aníbal, presidente do diretório municipal do PSDB, é o mais cotado para o cargo, seguido pelo ex-vereador Mário Covas Neto, tio do falecido prefeito Bruno Covas.
O anúncio da candidatura de Datena pela direção partidária na semana passada foi uma resposta à dissidência interna. Segundo Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, o estatuto permite que a cúpula do partido decida em cidades com mais de 200 mil habitantes quando há “atrito” entre os filiados.
Para oficializar a candidatura, o partido precisa registrá-la na Justiça Eleitoral após a convenção, com prazo final até 15 de agosto. Aníbal não prevê mudanças no evento e afirma que Datena será “aclamado” pelos líderes do partido.
Datena se filiou ao PSDB em abril, após considerar ser vice da deputada federal Tabata Amaral em uma chapa com o PSB. Esse movimento foi uma estratégia de Tabata para garantir o apoio dos tucanos, mas a negociação esfriou quando Datena se mostrou competitivo nas pesquisas eleitorais em São Paulo, superando a deputada.