Trump x Irã: guerra de versões sobre ataque a usina nuclear

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (26) que o Irã não conseguiu retirar nenhum material da instalação nuclear de Fordow antes do bombardeio americano ocorrido no último sábado (21). Segundo ele, a profundidade e a complexidade do local tornariam a remoção “muito perigosa, pesada e difícil de mover”.

Nada foi retirado da instalação. Teria levado muito tempo, seria muito perigoso, pesado e difícil de mover!“, afirmou Trump em publicação na Truth Social.

O republicano alegou ainda que imagens de satélite mostram caminhões do lado de fora da instalação subterrânea antes do ataque, mas que esses veículos estariam ali apenas para tentar reforçar o local com concreto.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, endossou a versão: “Os ataques nos dão a chance de ter paz, um acordo, e evitar que Teerã tenha armas nucleares. Trump criou as condições para encerrar a guerra entre Irã e Israel”.

Irã contesta e admite “danos consideráveis”

As declarações de Trump foram prontamente desmentidas pelo líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Em pronunciamento também nesta quinta, Khamenei acusou o presidente americano de “exagerar” sobre o impacto do bombardeio às instalações nucleares do país.

Em entrevista à rede Al Jazeera, o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baqai, admitiu que houve “danos consideráveis” na usina de Fordow, mas negou que a destruição tenha sido ampla ou definitiva, como alegam os EUA.

Documento vazado revela impacto limitado

Um relatório confidencial do governo norte-americano, revelado pela CNN e pelo The New York Times, indica que o ataque não destruiu componentes-chave do programa nuclear iraniano. O impacto teria atrasado o desenvolvimento por apenas alguns meses — e não por décadas, como Trump sugeriu.

Apesar de a Casa Branca ter confirmado a autenticidade do documento, a porta-voz Karoline Leavitt desqualificou seu conteúdo: “As instalações iranianas foram soterradas sob quilômetros e quilômetros de escombros”.

Trump, por sua vez, reagiu com ataques à imprensa. “Repórteres de notícias falsas da CNN e do New York Times devem ser demitidos imediatamente! Pessoas más com más intenções”, publicou.

Tensão segue em alta: Irã ameaça retaliar

Enquanto o mundo tenta entender o real impacto dos bombardeios, as ameaças continuam escalando. Khamenei afirmou que os EUA “não ganharam nada” e exaltou “vitória” sobre Israel. Segundo ele, o país aliado “quase entrou em colapso” após os ataques iranianos.

O aiatolá ainda alertou que, caso os EUA voltem a atacar o Irã, bases norte-americanas no Oriente Médio serão alvos diretos. “Trump exagerou os eventos”, insistiu.

AIEA: cedo demais para conclusões

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também se pronunciou, dizendo que é prematuro avaliar os danos com precisão. A entidade, que monitora o programa nuclear iraniano, pediu acesso às instalações e reforçou que qualquer declaração definitiva sobre o estado das usinas só pode ser feita com dados técnicos e imparciais.

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