O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, vai tomar posse nesta segunda-feira (20), iniciando seu mandato com uma série de decretos e decisões controversas e extremistas. É hoje que o terremoto político prometido pelo republicano começará a ser implementado, com uma intensa guinada ultraconservadora.
No último domingo (19), Trump declarou que revogará todas as ordens executivas “radicais” da administração do democrata Joe Biden, poucas horas após assumir o cargo. “Todas as ordens executivas radicais e tolas da administração Biden serão revogadas poucas horas depois de eu prestar o juramento”, afirmou.
O gesto trouxe à tona a frase de Trump durante a campanha eleitoral, quando afirmou que não se importaria em ser um “ditador por um dia”. Ativistas e grupos de direitos humanos manifestam preocupação de que seu compromisso de respeitar e proteger a Constituição possa não durar até o fim do dia.
O novo governo começará com iniciativas focadas na agenda “America First” (América em primeiro lugar). Entre as primeiras medidas esperadas estão o combate à imigração ilegal, a anistia aos manifestantes que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e ações protecionistas, como a taxação de outros países para pressioná-los.
Trump prometeu implementar “o esforço mais agressivo e abrangente para restaurar fronteiras que o mundo jamais viu”, incluindo deportações em massa de imigrantes sem documentação, anunciadas durante sua “festa da vitória” no domingo.
Outra prioridade será reverter políticas da administração Biden relacionadas às big techs, que agora serão tratadas como “parceiras estratégicas”. O republicano pretende encerrar iniciativas relacionadas à diversidade e igualdade, fortalecer o aparato militar e implementar medidas protecionistas para impulsionar a economia e a indústria dos EUA.
Seguindo a estratégia de seu primeiro mandato, Trump planeja decretos polêmicos já nos primeiros dias de governo, incluindo o fortalecimento da segurança na fronteira com o México. Durante sua primeira gestão, ele ordenou a construção de um muro na região e suspendeu vistos para cidadãos de sete países muçulmanos.
Outra pauta sensível é a questão do aborto, que ganhou destaque após Trump nomear juízes conservadores para a Suprema Corte, resultando na derrubada de uma lei que garantia o direito à interrupção da gravidez em todo o país.
Apesar do crescimento do apoio ao aborto entre os americanos e declarações favoráveis da primeira-dama, Melania Trump, o presidente defendeu que a questão deve ser decidida pelos estados e garantiu que não vetará o acesso a medicamentos abortivos nem apoiará uma proibição federal.
Os decretos incluirão a revogação de direitos da comunidade LGBT nos Estados Unidos. O governo pretende adotar uma definição biológica de sexo para critérios de financiamento, direcionando ações específicas contra a comunidade trans.
Na área ambiental, Trump pretende revogar regulamentações climáticas da administração Biden. As ações incluem a expansão de usinas de energia, a retomada das exportações de gás natural liquefeito, a redução de áreas protegidas para permitir perfurações e mineração, o fim de incentivos à produção de veículos elétricos e o bloqueio da importação de carros e materiais para baterias da China.
Para preparar esse momento, Trump construiu a narrativa nas últimas semanas de que sua vitória foi “avassaladora”. Ele destacou seu controle do Senado e da Câmara dos Deputados, a maioria conservadora na Suprema Corte e o mandato que afirma ter recebido para reconstruir os Estados Unidos.
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