O ex-presidente dos EUA e candidato republicano Donald Trump questionou a identidade racial da vice-presidente Kamala Harris durante a conferência da Associação Nacional de Jornalistas Negros, realizada em Chicago.
“Ela é indiana ou negra?”, disse Trump, justificando que Kamala Harris costumava se identificar como indiana e então, “de repente, ela deu uma guinada e se tornou uma pessoa negra”, dando a entender que sua adversária teria alterado seu perfil racial como uma “virada” política.
Em meia hora, o republicano “repetiu falsidades sobre imigração, discutiu com repórteres sobre os méritos dos esforços de diversidade, equidade e inclusão e disse aos profissionais que ele era ‘o melhor presidente para a população negra’ desde Abraham Lincoln”.
A publicação destaca que, diante de três mulheres negras, Trump não apenas insultou uma mulher negra liderando uma chapa política em campanha presidencial, como pareceu “perfeitamente confortável” menosprezando os anfitriões do evento, mesmo quando tentou apelar aos eleitores como a melhor escolha para garantir o bem-estar da população negra.
Repercussão
A campanha da vice-presidente condenou os comentários de Trump, destacando que o republicano “já provou que não pode unir a América – então ele (Trump) tenta nos dividir”.
A entrevista também foi alvo de críticas por democratas negros. “Quem nomeou Donald Trump como árbitro da negritude?”, disse o deputado Ritchie Torres, em nota oficial, onde descreve o republicano como uma “relíquia de um passado racista”.
Tais comentários foram feitos após uma divulgação de pesquisa Bloomberg News/Morning Consult, que colocou a democrata à frente de Trump com 48% das intenções de voto nos estados indecisos que podem decidir a disputa eleitoral.
Ao mesmo tempo, no último final de semana o candidato republicano à vice-presidência J.D. Vance descreveu as mulheres ligadas aos democratas como “senhoras com gatos e sem filhos” e que, por não terem filhos biológicos, supostamente não possuem “participação direta” no futuro dos Estados Unidos.