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A gestão de Donald Trump, está desenvolvendo um decreto que pode levar à demissão de milhares de funcionários do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês). Alguns gestores já começaram a planejar cortes entre trabalhadores considerados tidos como menos essenciais. Com informações de Jamil Chade, no Uol.
A medida afetará especialmente os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), onde os funcionários foram orientados a categorizar 10% dos trabalhadores em estado probatório como essenciais para a missão, 50% como importantes e 40% como não essenciais. Os funcionários nessa situação, cujo período probatório pode variar de um a dois anos no serviço federal, deveriam ter suas classificações enviadas até quinta-feira.
De acordo com um funcionário, o processo de avaliação foi “horrível”, pois a análise focava “na missão, e não no indivíduo”. Outras agências federais de saúde relataram pedidos semelhantes para classificar funcionários em estágio probatório, mas indicaram que o processo foi menos detalhado que o do CDC. Além disso, os gestores precisaram justificar a permanência de cada empregado.
A expectativa é que a decisão seja oficialmente anunciada já na próxima semana, após os trabalhadores terem a oportunidade de aderir a um plano de demissão voluntária. No entanto, os detalhes do decreto ainda não foram concluídos, e a Casa Branca pode optar por não avançar com a proposta. Mesmo assim, alguns republicanos já expressaram apoio à iniciativa, argumentando que o governo Trump tem o direito de revisar as qualificações dos servidores contratados durante o mandato de Joe Biden.
Risco para o futuro
Os cortes planejados atingiriam o HHS, órgão responsável por mais de 80 mil funcionários e que engloba instituições como os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), os Centros de Serviços Medicare e Medicaid (CMS), a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e o CDC. Essas entidades desempenham papéis fundamentais, que vão desde a aprovação de novos medicamentos até o monitoramento de surtos epidemiológicos e pesquisas sobre o câncer.
“Cortes dessa magnitude poderiam dizimar a força de trabalho da saúde pública federal, agravando a escassez de profissionais e deixando todos os americanos em grande risco quando surgir a próxima crise de saúde pública”, afirmou Richard Besser, ex-diretor interino do CDC. “E garanto que haverá mais crises de saúde pública.”
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Governo americano vai demitir quase todos os 10 mil funcionários da USAid
Estima-se que até 10% dos 2,3 milhões de trabalhadores federais estejam atualmente em período probatório, o que os torna mais suscetíveis a demissões. O governo republicano busca reduzir o número total de funcionários federais entre 2% e 5%, combinando incentivos e medidas coercitivas para atingir essa meta.
Inicialmente, foi lançado um programa de demissão voluntária, permitindo que os funcionários saíssem de seus cargos e continuassem recebendo salário até setembro. No entanto, a iniciativa foi suspensa por um juiz depois que mais de 40 mil funcionários manifestaram interesse em aderir ao programa — um número inferior ao esperado pelo governo. Sindicatos federais e legisladores democratas haviam incentivado os trabalhadores a não aceitarem a proposta.
No Congresso, alguns republicanos têm defendido a reestruturação da agência de saúde pública após a pandemia de Covid-19, acusando o CDC de ter uma postura “excessivamente rígida e burocrática” diante da crise sanitária, que resultou na morte de mais de 1 milhão de americanos. Embora o CDC tenha reconhecido falhas e iniciado uma reformulação sob a gestão Biden, o órgão não considerava demissões em larga escala até então.
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