
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibiu a Universidade de Harvard, a maior do país, de matricular estudantes estrangeiros nesta quinta (22). A medida foi anunciada pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e faz parte de uma ofensiva da gestão republicana contra a instituição.
O órgão não esclareceu se a proibição se aplica a todos os estudantes de fora dos Estados Unidos e se ela afetará os atuais alunos de Harvard. Em um comunicado, o departamento alegou que retirou a “Certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio” de Harvard por “conduta pró-terrorismo”.
O programa é usado por universidades americanas para registrar e garantir o visto de estudo para estrangeiros. Sem a certificação, Harvard não poderá emitir os documentos necessários para a solicitação de visto estudantil, o que deve afetar milhares de alunos de todo o mundo.
“Este governo está responsabilizando Harvard por fomentar a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês em seu campus. É um privilégio, não um direito, que as universidades matriculem estudantes estrangeiros e se beneficiem de mensalidades mais altas para ajudar a aumentar suas dotações multibilionárias”, disse Kristen Noem, secretária de Segurança Interna do país.

Em abril, o governo americano já havia congelado US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12,4 bilhões) em bolsas para Harvard após a universidade rejeitar as exigências de Trump, que quer interferir nas contratações e no ensino da instituição. A Casa Branca acusa Harvard de promover o que chama de “atividades ilegais e violentas”: protestos contra o genocídio em Gaza no campus da universidade.
O governo já havia ameaçado cortar o programa para estudantes estrangeiros em abril, um mês após o início da iniciativa.
Noem ainda disse que a proibição deve servir de “alerta para todas as universidades e instituições acadêmicas do país”. Em nota, Harvard afirmou que o bloqueio do ingresso de alunos estrangeiros é ilegal e que permanecerá “totalmente comprometida em manter e receber estudantes e professores de mais de 140 países”.