O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a incentivar homens brancos a registrar queixas de suposta discriminação no local de trabalho, na mais recente investida de sua campanha para eliminar políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI, na sigla em inglês).
“Você é um homem branco que sofreu discriminação no trabalho com base em sua raça ou sexo?”, escreveu Andrea Lucas, presidente interina da Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego (EEOC), em postagem no X na quinta-feira 18. “Você pode ter direito a uma indenização de acordo com as leis federais de direitos civis.”
“A EEOC está comprometida em identificar, combater e eliminar toda discriminação racial e sexual – inclusive contra funcionários e candidatos a emprego do sexo masculino brancos.” A postagem incentivava os trabalhadores a entrarem em contato com a agência “o mais rápido possível” e direcionava os usuários para um link com mais informações sobre “discriminação relacionada à DEI”.
A EEOC é uma agência federal criada pela Lei dos Direitos Civis de 1964 para combater o sexismo e o racismo no local de trabalho. A lei, originalmente, buscava combater a segregação de pessoas afro-americanas em ambientes de trabalho.
Agenda “antiwoke” de Trump
Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, Trump tem trabalhado para desmantelar os programas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal e ameaçado empresas que praticam tais políticas.
Trump revogou as políticas de ação afirmativa de administrações anteriores e a EEOC passou a destacar a “discriminação relacionada à DEI” em seu portal de internet.
Muitos programas de DEI criados para apoiar minorias que foram vítimas de discriminação são atualmente rotulados como woke e, portanto, considerados inaceitáveis pelos conservadores americanos.
O termo woke, que pode ser traduzido como “acordado”, se refere a pessoas com conscientização elevada sobre discriminação racista e sexista, desigualdade social e temas semelhantes, mas é também usado de forma pejorativa pela direita dos EUA. Em 2024, o bilionário de extrema-direita Elon Musk popularizou a expressão “vírus da mente woke”.