Em várias ocasiões, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, negou qualquer ligação com o manifesto de extrema-direita Project 2025, embora muitos dos envolvidos fossem seus aliados.
Agora, Trump incorporou em sua equipe de governo pelo menos seis pessoas que elaboraram ou apoiaram o projeto para lidar com pontos estratégicos do governo federal, como o orçamento federal, acesso a dados de inteligência e os planos para deportação em massa.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, a mudança não pode ser considerada uma surpresa: Trump desmentiu o Project 2025 por conta da grande impopularidade entre o eleitorado, mas agora ele parece deixar essa visão de lado ao moldar uma agenda que vai de encontro com a direita mais conservadora.
As escolhas de gabinete e outras nomeações reafirmaram os temores de muitos democratas e outros analistas que dizem que Trump vai usar o Project 2025 para ampliar seu poder executivo, substituir funcionários públicos por políticos leais e destruir agências governamentais como o Departamento de Educação.
Um dos redatores do Project 2025, Russel T. Vought, vai controlar o Escritório de Gestão e Orçamento – e, assim, o republicano escolhe uma pessoa que vê a posição como algo mais do que apenas supervisionar o orçamento.
De acordo com o texto de Vought para o Project 2025, a pessoa escolhida para o trabalho deve se ver como uma “aproximação da mente do presidente”, ao mesmo tempo em que estabelece uma reputação de guardião da “intenção do comandante”.
Ao mesmo tempo, o Project 2025 destaca que a administração federal deve ser responsável pela reformulação de instituições como o Conselho de Segurança Nacional e o Conselho Econômico Nacional para se alinharem à agenda de Trump, ao mesmo tempo em que aboliu os escritórios da Casa Branca para política climática doméstica e política de gênero.