O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que conversará na terça-feira 18 com seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, para discutir o fim da guerra na Ucrânia, e que isso poderia significar “dividir certos ativos” entre os dois lados. O telefonema foi confirmado por Moscou.
A primeira conversa entre os dois líderes, em 12 de fevereiro, derrubou as tentativas ocidentais de isolar Putin, que iniciou uma ofensiva contra a Ucrânia há três anos, e pavimentou o caminho para o restabelecimento das relações entre Moscou e Washington.
“A conversa está efetivamente sendo preparada para terça-feira”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em sua entrevista coletiva diária.
O presidente americano, por sua vez, mencionou a “divisão de certos ativos”, incluindo “terras” e “centrais energéticas”.
O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, viajou a Moscou na semana passada para apresentar os detalhes de um plano de trégua de 30 dias no conflito entre Rússia e Ucrânia, que já foi aceito por Kiev.
Putin disse que concorda com a ideia de um cessar-fogo, mas ressaltou que havia “questões importantes” que desejava abordar com Trump sobre como seria implementado.
“Pressão coletiva”
A Rússia impôs como condição para o fim das hostilidades que a Ucrânia reconheça o controle russo dos territórios ocupados e desista de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Também já exigiu o fim do atual governo ucraniano.
As condições são rejeitadas por Kiev, que não deseja ceder nenhum território e exige garantias de segurança de seus aliados ocidentais, assim como o envio de uma força de manutenção de paz que garanta a eventual trégua.
Em uma reunião de cúpula virtual organizada por Londres no sábado, quase 30 governantes e representantes de organizações que apoiam a Ucrânia decidiram exercer uma “pressão coletiva” sobre a Rússia, que acusam de prolongar as negociações para ganhar vantagem na frente de batalha.
No campo de batalha, a situação continua difícil para as forças ucranianas, em particular na região russa de Kursk, onde as tropas ucranianas efetuaram uma ofensiva no ano passado.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta segunda-feira que prossegue com a “operação de destruição” do exército ucraniano, que perde território em Kursk.
No atual contexto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destituiu no domingo o comandante do Estado-Maior, Anatoliy Bargylevych.
Ataques de drones
Os dois países voltaram a lançar drones contra o outro lado durante a noite.
Na Rússia, um ataque ucraniano provocou um incêndio em uma refinaria de petróleo e feriu uma pessoa na região de Astrakhan (sul), segundo as autoridades locais.
A Ucrânia foi alvo de um ataque com 174 drones russos – 90 foram derrubados e 70 desapareceram dos radares “sem consequências” -, segundo a Força Aérea ucraniana.
(Com informações de AFP)