Na última quinta-feira (22), o governo norte-americano do presidente Donald Trump revogou a certificação da Universidade de Harvard no Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP), proibindo a matrícula de novos estudantes estrangeiros com vistos. A medida, anunciada pela secretária de Segurança Interna Kristi Noem, intensifica tensões com instituições de ensino superior.
A decisão resulta de um conflito com o Departamento de Segurança Interna (DHS) sobre a legalidade de um pedido amplo de registros federais, parte de uma investigação sobre a conformidade de Harvard com regras imigratórias. Noem declarou: “estou escrevendo para informar que, com efeito imediato, a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio da Universidade de Harvard está revogada”. Nem Harvard nem o DHS comentaram publicamente.
Na última segunda-feira (19), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos cortou 60 milhões de dólares em verbas federais para Harvard, alegando “falha contínua em abordar assédio antissemita e discriminação racial”. O governo Trump, que congelou 3 bilhões de dólares em fundos, critica universidades mais alinhadas ao imperialismo, acusando-as de serem centros de agitação de “ideologias antiamericanas e marxistas”. Protestos pró-Palestina em 2024, após a ofensiva do enclave imperialista em Gaza, motivaram as acusações de antissemitismo.
Harvard abriga 7 mil estudantes internacionais, 25% do total, segundo dados de 2024. O Instituto de Educação Internacional estima que estrangeiros contribuem com 40 bilhões de dólares anuais à economia dos EUA. A medida pode afetar a reputação global da universidade e a mobilidade acadêmica.