No editorial desta segunda-feira (17), o jornal britânico The Guardian apontou que a nova gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está se mostrando um pesadelo para amigos e aliados, tendo em vista que a guerra comercial imposta pelo chefe de Estado está beneficiando a China. 

Além de o respeito internacional pelos Estados Unidos ter despencado na última gestão do bilionário, a China tira vantagens comerciais das medidas adotadas por Trump. Por exemplo: enquanto os Estados Unidos impuseram um impasse à Colômbia na deportação de imigrantes, o tigre asiático comandado por Xi Jinping celebrou o melhor momento nas relações com Bogotá.

Mesmo a ameaça militar dos EUA já não garante a hegemonia norte-americana. “A declaração de que os EUA irão expandir o seu território em vários locais – usando a força militar, se necessário – mostra o seu total desprezo pela lei, tal como a sua ordem para suspender a aplicação da legislação dos EUA que proíbe o suborno de funcionários estrangeiros”, aponta o veículo.

Neste cenário, a China pode se beneficiar do impacto do corte de ajuda até então garantida pelos EUA, ocasião em que pode firmar acordos para fornecer empréstimos e infraestrutura em parceria com organizações locais. 

A China não deve preencher as lacunas financeiras deixadas por Trump, mas deve ganhar terreno entre as instituições multilaterais em países de rendimento médio. 

“A China subiu mais rapidamente na ordem global do que poderia esperar. Agora observa-se a deterioração do poder dos EUA muito mais rapidamente. Isto é promissor para um país que quer um mundo multipolar sem valores universais inconvenientes. No entanto, a questão não é apenas como os outros reagem ao poder crescente de Pequim, mas se um parasita da segurança poderá acabar por assumir papéis que esperava evitar, ou ter de lidar com o vazio deixado se não o fizer”, conclui o veículo.

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Last Update: 17/02/2025