O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta segunda-feira (18) o envio de três navios de guerra e 4 mil militares para a costa da Venezuela alegando “combater cartéis do narcotráfico”. Nicolas Maduro, após classificar ação dos EUA como “ameaça”, mobilizou 4,5 milhões de milicianos para defender o país de um eventual ataque.
Os EUA têm aumentado sua presença militar no Mar do Caribe sob o pretexto de identificar os principais cartéis da região como organizações terroristas globais e intensificar a repressão contra suas atividades. Ao mesmo tempo, Trump aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa oferecida por informações que levem à captura de Maduro, acusando o líder venezuelano de ser “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.
Em fevereiro, Washington classificou o cartel mexicano de Sinaloa, o grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua e outras facções da região como organizações terroristas globais, o que abriu espaço legal para medidas mais duras de repressão contra esses países.
Uma autoridade estadunidense, que falou à Reuters sob condição de anonimato, afirmou que o reforço militar na região incluirá vários aviões espiões P-8, navios de guerra e ao menos um submarino de ataque. Ele também afirmou que, se autorizadas, essas forças poderão executar ataques pontuais e certeiros.
A ofensiva ainda faz parte da tentativa dos EUA de combate à imigração ilegal de latino-americanos para os Estados Unidos. A administração de Trump associa a atuação dos cartéis ao aumento da imigração e buscou justificar ações militares no Caribe e no Golfo do México como parte de um esforço de “defesa da fronteira sul” dos Estados Unidos.
Em um discurso transmitido nesta terça-feira (19), o presidente Nicolás Maduro fez referência a uma “ameaça estranha e bizarra de um império em declínio” e declarou que o país está pronto para defender “os mares, os céus e a terra da Venezuela”.
Maduro ainda anunciou a mobilização da Milícia Bolivariana, composta por quase 5 milhões de reservistas convocados apenas em casos extremos para defender a Venezuela. O corpo militar atua em apoio às Forças Armadas do país.