A decisão do governo Donald Trump de desmantelar a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), com apoio do bilionário Elon Musk, provocou uma crise política em Washington. Parlamentares da oposição acusam o presidente de agir como um ditador ao ignorar o Congresso e fechar uma agência criada por lei. O corte abrupto interrompeu programas humanitários de combate à fome, ao HIV/AIDS e à resposta a desastres globais.

Na segunda-feira (3), legisladores democratas tentaram entrar na sede da USAID para obter informações sobre o fechamento da agência, mas foram impedidos por agentes federais. A sede foi esvaziada, o site da agência retirado do ar e funcionários dispensados. Musk, que tem assumido um papel crescente na administração Trump, celebrou no X: “Passei o fim de semana triturando a USAID”.

O impacto imediato da medida inclui a suspensão de programas essenciais, como o monitoramento da crise alimentar na África, que evitou fomes catastróficas nos anos 1980. Além disso, medicamentos e suprimentos médicos que deveriam ser entregues a países em crise humanitária estão parados em portos devido à paralisação dos pagamentos da USAID.

“Trump não tem autoridade para dissolver uma agência criada por lei sem o aval do Congresso. Isso é uma crise constitucional”, declarou o senador democrata Chris Murphy. Parlamentares prometeram acionar a Justiça para reverter a decisão e bloquear nomeações do governo Trump no Senado como retaliação.

O fechamento da USAID também é visto como um ataque à segurança nacional dos EUA. “Isso beneficia diretamente adversários como China e Rússia, que podem ocupar o espaço deixado pela retirada da assistência norte-americana”, afirmou o senador Brian Schatz. A agência, criada em 1961, era um dos principais braços da diplomacia humanitária dos Estados Unidos.

Além da USAID, Musk tem ampliado sua influência sobre o governo Trump, liderando um grupo informal chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Em outra ação controversa, sua equipe obteve acesso a dados sigilosos do Departamento do Tesouro, levantando suspeitas sobre a criação de um ‘Estado paralelo’ dentro da administração federal.

Analistas políticos alertam que o fechamento da USAID pode ser apenas o primeiro passo de um desmonte maior da máquina pública. Relatórios internos indicam que Trump estuda extinguir outras agências, incluindo o Departamento de Educação. “Esse governo está criando um modelo de governança onde bilionários não eleitos tomam decisões sobre o futuro do país”, afirmou o deputado democrata Jamie Raskin.

Com a disputa judicial iminente, o fechamento da USAID se consolida como um dos maiores embates institucionais do novo governo Trump. A oposição promete manter a resistência nos tribunais e nas ruas, enquanto Musk segue ampliando seu domínio sobre a administração federal.

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Last Update: 05/02/2025