
Há algo pouco claro na proibição de matrículas de alunos estrangeiros nas universidades americanas. Obviamente nem todas as universidades americanas são Harvard ou membros da Ivy League. A maioria são de State Universities, de nível acadêmico inferior ao gabarito da USP, Unicamp, UFRJ, UFF, UFMG, UFPE ou UFRGS e outras. Os exemplos são conhecidos, inclusive a atenção, carga horária e o papel da orientação por parte dos professores-doutores.
Em todo caso um doutorado ou um estágio de Pós-Doc – mestrado jamais, posto que o master americano é outra tradição, normalmente no nível inferior de um TTC brasileiro – é bom para aprofundar o conhecimento do idioma, para entender o funcionamento de instituições estrangeiras e para a formação de redes que possam, inclusive, apontar para trocas discentes. Em alguns casos as bibliotecas e os laboratórios de pesquisa são superiores que os nossos, alvo de descaso, descuido e contingenciamento extemporâneo do MEC.
Devemos ainda sublinhar que o jovem brasileiro só sai de casa para casar. Estudar no exterior é uma forma de cultivar a (self) autonomia e a (self) capacidade de gerenciar orçamento doméstico e cuidados de vestuário, alimentação e saúde, inclusive a transferência de responsabilidades. Em suma, é bom. Mas, não é (mais) necessário.

Pode-se fazer um excelente doutorando no Brasil e em algumas áreas – odonto, controle de IST, cirurgia, agronomia, zootecnia, veterinária, antropologia, geologia etc… – a universidade brasileira é excelente. Em outros casos a Alemanha, França, Rússia – com universidades gratuitas – são mais aconselháveis.
Hoje uma parte relevante de recursos financeiros do sistema CAPES/Cnpq vai para bolsas no Exterior, para pagamento das caríssimas taxas escolares das universidades americanas, inclusive State University aquém do padrão nacional.
Assim, a medida de Trump é uma boa oportunidade para definirmos quais as áreas e instituições que interessam para a qualificação da Educação no Brasil. Momento oportuno para reflexão.