O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dobrou a aposta no confronto com o Brasil e compartilhou nova mensagem em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O novo aceno foi feito na Truth Social, sua própria rede social, na noite desta terça-feira 8.

Na nova mensagem, na qual apensou a sua postagem original, Trump pede que “deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz” e finaliza alegando que o processo seria uma “caça às bruxas”. Ele, mais uma vez, não deixa claro a quem está direcionando a mensagem.

O teor é o mesmo da publicação feita na segunda-feira 7, quando disse que acompanharia de pertos os processos contra o ex-capitão que tramitam no Brasil. Na ocasião, disse que Bolsonaro, seu aliado na extrema-direita, não seria culpado de nada.

O novo post de Trump na Truth Social em defesa de Bolsonaro.
Foto: Reprodução.

O Brasil, oficialmente, não emitiu nova nota de resposta ao republicano. Na segunda-feira, em rápida reação ao post, defendeu a soberania do Brasil. A curta mensagem foi assinada pelo presidente Lula (PT) e publicada na página oficial do Itamaraty.

“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, diz o texto publicado pela diplomacia.

Lula também tratou do tema naquele momento, em um recado claro a Trump, ainda que o nome do republicano não tenha sido citado. Segundo o presidente, o norte-americano deveria ‘dar palpite na própria vida e não na vida dos brasileiros’.

“Esse país tem lei, esse país tem regra, esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida e não na nossa”, afirmou o petista sobre o episódio. Ele ainda não comentou o novo aceno de Trump a Bolsonaro.

No Brasil, a avaliação é de que, apesar da empolgação da extrema-direita com os posts, a intromissão de Trump no caso pode beneficiar Lula nos campos político e eleitoral. A análise foi feita por Rubens Ricupero, ex-embaixador do Brasil em Washington, a CartaCapital. Para ele, a maioria da população brasileira tende a rejeitar ingerências externas.

“Eleitoralmente, isso favorece Lula. Dá a ele um argumento a mais: pode levantar, com toda a legitimidade, a bandeira da soberania. Para a direita, é até contraproducente insistir nesse discurso”, explicou. Ricupero também considerou que a resposta dada até aqui por Lula e pelo Itamaraty foi na “medida certa” e reforça a plataforma de relações exteriores do governo.

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Last Update: 09/07/2025