Presidente iraniano Masoud Pezeshkian e o diretor da Energia Atômica, Mohammad Eslami em Teerã. Foto: Reprodução/Presidência Iraniana/AP

Na manhã de domingo (22), horário local, autoridades iranianas e líderes houthis condenaram os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. A ofensiva ocorreu nas primeiras horas do dia e atingiu três locais estratégicos: Fordow, Natanz e Isfahan, segundo confirmação da imprensa estatal iraniana e pronunciamentos nas redes sociais.

A Organização de Energia Atômica do Irã (Atomic Energy Organization of Iran – AEOI) classificou os bombardeios como um “ataque selvagem” e acusou os EUA de violarem tratados internacionais. Paralelamente, os rebeldes houthis do Iêmen- apoiados por Teerã, declararam que o presidente estadunidense Donald Trump deve ser responsabilizado pelas ações militares.

A agência atômica Iraniana reiterou seu compromisso com o avanço da tecnologia nuclear e afirmou que não aceitará pressões externas, responsabilizando também a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) por omissão diante da escalada de tensão. Disse ainda que não haverá interrupção do programa nuclear no país, considerado uma prioridade nacional.

Segundo a Agência Oficial de Notícias Islâmica (Islamic Republic News Agency -IRNA), o ataque contraria o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual o Irã é signatário. As agências pediram apoio da comunidade internacional e exigiram a condenação explícita das ações americanas.

No Iêmen, os houthis, por meio do porta-voz Hizam al-Assad, publicaram que “Trump deve arcar com as consequências” pelos ataques. A publicação ocorreu na rede social X, reforçando o tom de confronto diante do envolvimento norte-americano na escalada militar no Oriente Médio.

Os houthis também declararam, por meio das forças armadas controladas pelo grupo, que estão prontos para atacar embarcações da Marinha dos EUA no Mar Vermelho caso novas agressões sejam lançadas em apoio a Israel. A movimentação amplia o risco de novos confrontos na região, já afetada por meses de instabilidade.

Desde novembro de 2023, os houthis atacam navios no Mar Vermelho, inicialmente contra alvos ligados a Israel em retaliação à guerra em Gaza. Depois, passaram a mirar também navios de guerra dos EUA, que haviam intervindo para proteger o tráfego marítimo. Em resposta, os EUA intensificaram bombardeios contra posições houthis no Iêmen, voltando a atacar após o ínicio das ofensivas israelenses contra o Irã.

Veja a postagem do líder houthi:

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Last Update: 22/06/2025