O presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou a demissão de milhares de funcionários da Voice of America (VOA), órgão de mídia estatal conhecido por atuar como instrumento de propaganda da CIA e do imperialismo norte-americano. A decisão, anunciada na última quarta-feira (14), visa reduzir a influência da agência, que opera sob a Agência dos Estados Unidos para Comunicação Global (USAGM, na sigla em inglês).
Fontes do jornal norte-americano The Washington Post, publicadas na última quinta-feira (15), indicam que cerca de 1.500 funcionários foram dispensados, com a justificativa de reestruturação orçamentária e combate à disseminação de narrativas alinhadas aos interesses do governo anterior. Criada em 1942, a VOA tem histórico de ser um instrumento de propaganda da política externa dos EUA, especialmente durante a Guerra Fria, com transmissões em dezenas de idiomas para influenciar opiniões em países-alvo.
Críticos, como o think tank Center for Research on Globalization, apontam que a agência serviu como ferramenta de desinformação em conflitos no Oriente Médio e na América Latina. A reestruturação de Trump reflete promessas de campanha de reduzir o que ele chama de “máquina de propaganda estatal”. Um comunicado da Casa Branca, divulgado na última terça-feira (13), afirmou que os cortes visam “priorizar a transparência e os interesses nacionais”.
A decisão gerou reações mistas. A agência de notícias Associated Press relatou protestos de jornalistas da VOA, que alegam risco à liberdade de imprensa, enquanto apoiadores de Trump, segundo postagens na plataforma X, celebram a medida como um golpe contra a manipulação midiática. O impacto nas operações da VOA, que possui orçamento anual de cerca de US$ 250 milhões, ainda está sendo avaliado.