O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta sexta-feira, 6, que tenta retomar o diálogo com o empresário Elon Musk, após uma série de críticas públicas trocadas entre os dois nos últimos dias.
Em entrevista ao site Politico, conforme noticiado pelo jornal O Globo, Trump afirmou: “está tudo bem”, ao ser questionado sobre sua relação com Musk, que já atuou como um dos principais apoiadores de sua gestão.
A declaração ocorreu em meio a informações de que assessores da Casa Branca estão intermediando uma tentativa de reaproximação.
Fontes ouvidas pelo Politico indicam que um encontro entre Trump e Musk estaria previsto para esta sexta-feira, embora a agência Reuters tenha reportado que a conversa não deve ocorrer.
De acordo com o Politico, integrantes do governo intervieram para reduzir a tensão, recomendando que Trump adotasse um tom mais moderado.
O objetivo seria evitar a escalada do conflito com o empresário, considerado uma figura central no setor tecnológico e com influência política crescente. Uma ligação entre os dois chegou a ser mencionada por assessores como tentativa de pacificação. No entanto, a Reuters afirma que uma autoridade da Casa Branca negou a existência de tal contato marcado.
A tensão entre Trump e Musk aumentou após o empresário criticar duramente o projeto orçamentário apresentado pela Casa Branca. Musk classificou a proposta como uma “abominação”, alegando riscos ao equilíbrio fiscal do país. A reação veio de forma pública, por meio de postagens nas redes sociais.
Em resposta, Trump recorreu à Truth Social, plataforma que utiliza como principal canal de comunicação direta com apoiadores.
“Vejam, Elon e eu temos um ótimo relacionamento. Não sei se ainda ficamos. Fiquei chocado”, declarou o presidente a jornalistas.
Trump também afirmou que Musk “ficou enlouquecido” após medidas que impactaram negativamente o setor de veículos elétricos. A declaração foi interpretada como resposta direta às críticas do empresário.
A relação entre os dois teve momentos de proximidade. Musk participou de uma comissão especial criada para propor cortes orçamentários, conhecida como DOGE, durante o primeiro mandato de Trump. No entanto, recentemente, o empresário foi destituído de sua posição na equipe, fato que coincidiu com o aumento das críticas à administração federal.
Segundo informações não confirmadas oficialmente, Musk teria contribuído com aproximadamente US$ 300 milhões para a campanha presidencial de Trump em 2024.
Em declarações recentes, o empresário alegou que, sem esse apoio, o presidente não teria sido reeleito. A fala foi vista como um sinal do desgaste na relação e da tentativa de Musk de se distanciar da atual administração.
O embate se intensificou quando Musk afirmou, sem apresentar provas, que o nome de Trump estaria ligado ao caso envolvendo Jeffrey Epstein, empresário acusado de crimes sexuais e encontrado morto em uma prisão em 2019. A Casa Branca respondeu à acusação com uma nota oficial, classificando os comentários como “lamentáveis”.
Durante entrevista no Salão Oval, Trump comentou que Musk “costumava dizer coisas maravilhosas” sobre sua gestão.
Também destacou que é comum ver antigos colaboradores adotarem postura crítica após deixarem o governo. A fala ocorreu dias depois da exoneração formal de Musk da comissão voltada à eficiência administrativa.
O episódio atual evidencia os limites da relação entre o governo e figuras de destaque do setor privado. Embora Trump e Musk tenham compartilhado interesses políticos e econômicos, as recentes trocas de acusações públicas indicam que a aliança pode estar enfraquecida.
Ainda não está claro se haverá um encontro entre os dois. A existência de uma reunião prevista para esta sexta-feira foi mencionada por fontes próximas ao governo, mas não confirmada oficialmente. A possibilidade de reaproximação dependerá do resultado das conversas internas e da disposição de ambas as partes em retomar o diálogo.
O desenrolar do episódio poderá determinar os rumos da relação entre Trump e Musk nos próximos meses, especialmente em um contexto pré-eleitoral e diante das disputas por influência sobre temas como política industrial, orçamento federal e regulamentação tecnológica.
