O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vetou uma proposta de Israel para assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, segundo revelaram duas autoridades americanas à agência Reuters neste domingo (15). A operação teria como objetivo enfraquecer o comando político e militar iraniano em meio à escalada de tensões no Oriente Médio.
De acordo com uma das fontes, que ocupa um alto cargo no governo dos EUA, Trump descartou a ideia com base no princípio de retaliação proporcional. “Os iranianos já mataram algum americano? Não. Até que isso aconteça, nem cogitamos atacar a liderança política deles”, disse a autoridade, sob anonimato.
Os contatos entre Estados Unidos e Israel se intensificaram nos últimos dias após uma ofensiva israelense de grande escala contra alvos no Irã, alegadamente para conter o avanço do programa nuclear do país. Em meio a esses ataques, uma oportunidade concreta de atingir Khamenei teria sido identificada pelas forças israelenses, mas o plano não avançou.
Embora não esteja claro se foi Trump quem deu a ordem direta para vetar a operação, fontes confirmaram que ele tem mantido comunicação frequente com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Em entrevista à Fox News neste domingo, Netanyahu não confirmou nem negou as tratativas. “Há muitas reportagens falsas sobre conversas que nunca aconteceram, e eu não vou comentar isso”, declarou.
Ainda assim, o premiê israelense reforçou sua disposição de continuar agindo militarmente. “Faremos o que for necessário. E os Estados Unidos sabem o que é melhor para os Estados Unidos”, afirmou, deixando em aberto a possibilidade de ações unilaterais no futuro.
Apesar das tensões, Trump segue acreditando em uma retomada do diálogo com o Irã. Uma nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano estava marcada para este domingo, em Omã, mas foi cancelada após os ataques israelenses. Na última sexta-feira, Trump afirmou que os EUA “sabiam de tudo” sobre os planos de Israel, o que reforça o grau de envolvimento americano nos bastidores do conflito.
