
O governo de Donald Trump avalia a possibilidade de impor sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo a suspensão de vistos e até o confisco de bens e contas que ele possa ter nos EUA. No entanto, a Casa Branca considera que essa medida apresenta “altos riscos”, tanto para os interesses americanos quanto para a estratégia de apoiar a “volta da direita” ao poder no Brasil em 2026.
Fontes do alto escalão do governo confirmam que o tema das sanções está em pauta, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL. A ideia é mostrar que a política externa de Trump combaterá uma suposta censura contra as redes digitais, ponto central na estratégia da extrema-direita para ampliar sua influência por meio de campanhas de desinformação.
Essa ação não seria isolada. Desde o início da gestão Trump, foram adotadas leis que impedem o envio de recursos públicos dos EUA para entidades, ONGs, universidades ou governos estrangeiros que defendam pautas como o combate à desinformação ou a regulação das redes.
De acordo com assessores da Casa Branca, o Brasil tem papel fundamental nessa estratégia e faz parte de uma avaliação mais ampla que inclui apoiar países governados por alas progressistas para que, nos próximos dois anos, passem a ser administrados por aliados de Trump.
As eleições no Chile (2025), Colômbia (2026) e Brasil (2026) são consideradas estratégicas, assim como o pleito na Bolívia.
“Alto risco”
A pressão por uma ação contra Moraes aumentou após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificar o lobby junto à base mais radical do Partido Republicano em Washington. No entanto, tanto no Departamento de Estado quanto na Casa Branca, a situação de Moraes é vista como de “alto risco”.

Uma ala do governo americano também teme que uma sanção contra o ministro brasileiro possa unificar uma frente ampla no Brasil contra qualquer candidato apoiado pelo bolsonarismo.
No Palácio do Planalto, a orientação é não responder às provocações da extrema-direita e manter uma postura institucional com os americanos. Ainda assim, caso uma sanção seja imposta a Moraes, o governo brasileiro pretende reagir, entendendo que se trata de um ataque à soberania nacional.
Além disso, o governo federal planeja desgastar o bolsonarismo, evidenciando seus vínculos com uma administração americana que ameaçaria as instituições nacionais.
Interesses econômicos
Outro fator em análise são os interesses econômicos dos EUA no Brasil. Os investimentos de empresas americanas somam US$ 150 bilhões, e uma crise com o Judiciário brasileiro poderia prejudicar essas multinacionais.
Com o Brasil focado em projetos de infraestrutura e modernização econômica, os americanos temem perder contratos públicos para concorrentes europeus e chineses.
Para a Casa Branca, qualquer ação contra Moraes precisa ser avaliada dentro de um “cenário complexo” nas relações bilaterais. “Pode ser uma medida que gerará perdas para ambos os lados”, afirmou uma fonte com acesso direto ao Salão Oval.
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