O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou o “tarifaço” contra o Brasil, nesta quarta-feira (30), ao assinar decreto em que adiciona 40% de tarifa aos 10% já aplicados. A informação partiu da Casa Branca, em comunicado que alega ameaça “à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA” para elevar a taxação contra produtos brasileiros para 50%.
A ordem determina que as tarifas comecem a valer em sete dias, portanto, em 6 de agosto – o anúncio anterior colocava o dia 1 de agosto como início. O documento (veja em inglês) destaca as mesmas mentiras sobre perseguição do Judiciário brasileiro a Jair Bolsonaro e seus apoiadores, assim como novamente alega, falsamente, perseguição às empresas norte-americanas, principalmente as do ramo digital.
Também acusa — com o mesmo discurso enviesado de antes — o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ser um dos principais agentes de “perseguição” a Bolsonaro e às empresas e cidadãos dos EUA.
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A Casa Branca não cita em nenhum momento as inúmeras tentativas de diálogo pelo governo brasileiro para negociar as tarifas, o que revela que Trump, em nenhum momento, queria negociar, como tentou fazer parecer. Na verdade, Trump e a extrema direita, aliada à família Bolsonaro, buscam sancionar o Brasil como forma de tentar enfraquecer uma das maiores democracias do mundo e, ao mesmo tempo, impedir que a influência do BRICs e a pauta da desdolarização das relações comerciais entre seus membros avance.
Exceções
Outro indício evidente de que o governo Trump não atua pelo comércio bilateral, mas sim pela pauta política, é que, no próprio decreto, há exceções de produtos brasileiros que não serão sobretaxados.
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Dentre a lista de produtos que continuarão com a taxa somente em 10% estão suco e polpa de laranja, minérios de ferro e de estanho, carvão, petróleo e derivados, fertilizantes minerais ou químicos, diversos tipos de artigos de borracha, diversos tipos de máquinas e motores, além de aeronaves comerciais – o que diz respeito sobretudo à Embraer.