Desde seu 1º dia como presidente dos EUA, Trump toma como a exclusão de dados em prol de seu governo. Foto: Reprodução/Terra

Desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, milhares de páginas da internet com dados públicos sobre saúde, clima e diversidade vêm sendo apagadas ou alteradas. A mudança ganhou força após um decreto presidencial assinado logo no início do novo mandato, que tornou ilegais programas de diversidade, igualdade e inclusão no governo federal.

Especialistas, cientistas e voluntários se mobilizam para preservar esses conteúdos antes que desapareçam por completo. A ação do governo já afetou sites de órgãos importantes como o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) e o Departamento de Justiça, que tiveram milhares de páginas removidas.

Segundo Paul Schroeder, presidente do Conselho de Associações Profissionais de Estatísticas Federais, mais de 3.000 páginas do site do CDC e 1.000 do Departamento de Justiça já foram excluídas. A retirada atinge informações sobre prevenção da AIDS, registros climáticos e dados voltados a minorias étnicas e de gênero.

Sites inteiros também foram desativados, como o da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), extinta após cortes na ajuda internacional promovidos por Trump. Já a página da Pesquisa Nacional de Saúde Infantil (NSCH) agora exibe apenas um aviso de “Erro 404”.

Edifício da USAID em Washington D.C. extinta após cortes na ajuda internacional promovidos por Trump. Foto: Annabelle Gordon/Gordon

Documentos internos obtidos pela imprensa mostram que órgãos federais passaram a evitar o uso de palavras como “mulher”, “deficiência”, “racismo”, “crise climática” e “poluição” em seus conteúdos. A ordem seria parte de uma diretriz para eliminar o que o governo considera “linguagem ideológica”.

O jornal The New York Times revelou que a comunicação oficial de agências federais tem sido reescrita para se afastar de temas ligados a direitos humanos e proteção ambiental. Isso compromete a transparência de dados que historicamente subsidiaram políticas públicas e pesquisas acadêmicas.

A ONG Iniciativa de Dados e Governança Ambiental (EDGI) denuncia que a política atual visa eliminar ferramentas e referências vinculadas a registros ambientais e climáticos. A organização atua junto a outras entidades para arquivar versões anteriores dos sites governamentais e manter viva a memória digital.

Enquanto cresce a preocupação com a censura e a perda de acesso à informação pública, especialistas alertam para os impactos a longo prazo dessa política. A exclusão sistemática desses dados pode comprometer avanços na saúde, no combate às mudanças climáticas e na promoção de direitos civis.

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Last Update: 10/05/2025