Jeffrey Epstein e Donald Trump, presidente dos EUA, nos anos 1990. Foto: reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu nesta terça-feira (29), que Jeffrey Epstein recrutou mulheres vítimas de abuso em suas propriedades. Ao revelar novos detalhes sobre o fim de sua amizade com o financista, o republicano afirmou que o criminoso sexual “roubou” jovens mulheres que trabalhavam no spa de seu resort Mar-a-Lago, incluindo Virginia Giuffre, então com 17 anos.

As declarações foram feitas a bordo do Air Force One, quando Trump retornava de uma viagem à Escócia. Ele confirmou que Epstein “levou pessoas que trabalhavam para mim” mesmo após ser advertido para não recrutar funcionários do clube de Palm Beach. O republicano não especificou, porém, se sabia ou não dos crimes cometidos pelo ex-amigo e porque não fizera denúncias antes.

“Ele levou pessoas que trabalhavam para mim, e eu disse a ele: não faça mais isso. E ele fez de novo. Eu disse: saia daqui”, relatou Trump. Questionado especificamente sobre Giuffre, que trabalhava no vestiário da piscina de Mar-a-Lago, Trump respondeu: “Acho que ela trabalhava no spa. Sim, acho que foi uma das pessoas que ele roubou”.

Giuffre, que morreu por suicídio em abril deste ano aos 41 anos, conheceu a cúmplice de Epstein, Ghislaine Maxwell, no Mar-a-Lago em 2000. Em depoimentos, ela relatou ter sido recrutada como “massagista” e subsequentemente abusada sexualmente por Epstein em várias ocasiões.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

Múltiplas versões sobre o rompimento

Esta nova explicação de Trump contradiz versões anteriores sobre o fim de sua amizade com Epstein. Anteriormente, o presidente afirmou ter cortado relações porque Epstein era “nojento”, referindo-se à condenação de 2009 do financista por solicitação de prostituição infantil.

“Talvez sejam a mesma coisa, um pouco da mesma coisa”, disse Trump quando questionado se o rompimento ocorreu por Epstein ser “nojento” ou por roubar funcionários. “Ele levou pessoas que trabalhavam para mim e eu disse para não fazer mais isso, e ele fez, então eu disse: saia daqui”.

Polêmica sobre arquivos de Epstein

O assunto Epstein voltou à tona recentemente devido a pedidos de liberação de documentos relacionados ao caso. Trump classificou a comoção em torno dos arquivos como “uma farsa” e acusou democratas de fabricarem o assunto para ganho político.

“Esses arquivos foram manipulados pelo pior lixo da terra. Foram manipulados por Comey, por Garland, por Biden”, afirmou Trump, referindo-se a ex-funcionários do governo. O presidente também destacou que recusou um convite para visitar a infame ilha de Epstein: “Recusei. Não queria ir para a ilha dele”.

Durante a corrida eleitoral, o então candidato prometeu que tiraria a investigação do sigilo, mas passou a defender a omissão dos detalhes após assumir a presidência. Especula-se que a há indícios de praticas criminosas que o vinculem ao caso, portanto, o presidente estaria protegendo a própria imagem ao não cumprir o compromisso.

Apesar de insistir que cortou relações antes das acusações mais graves contra Epstein emergirem em 2006, Trump enfrenta questionamentos sobre a consistência de suas explicações.

Virginia Giuffre tornou-se uma das principais acusadoras de Epstein após relatar ter sido explorada sexualmente quando menor de idade. Ela também acusou o príncipe Andrew de abuso, resultando em um acordo extrajudicial em 2022.

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Last Update: 29/07/2025