Trump acaba com privilégios dos EUA, diz economista

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem sido um golpe sistemático à confiança do dólar nos mercados financeiros e junto a outros governos e Bancos Centrais e, caso não exista uma mudança, abre-se caminho para uma crise que pode afetar os planos do republicano nas eleições de meio de ano em 2026.

“Quando Trump iniciou seu segundo mandato, o déficit orçamentário dos EUA já havia aumentado para 6,2% do PIB, com quase pleno emprego, enquanto a relação dívida pública/PIB havia subido para cerca de 100%. Mas as coisas estão prestes a piorar muito”, segundo análise de Desmond Lachman, economista e ex-vice-diretor do FMI.

Em artigo no Project Syndicate, Lachman explica que o projeto de lei aprovado pelo governo de Trump vai adicionar cerca de US$ 3,4 trilhões ao déficit orçamentário na próxima década, fazendo com que a relação dívida pública/PIB avance para um nível que, até 2030, será muito maior do que o visto no fim da Segunda Guerra Mundial.

Soma-se a isso a pressão de Trump para que os juros sejam cortados em até dois pontos percentuais, a falta de comprometimento do país com sua dívida e o aparente desrespeito do norte-americano pelo Estado de Direito, e se forma um cenário em que o dólar se desvalorizou em mais de 10% desde o início de 2025, o pior semestre para a moeda desde 1973.

“Outro indício do colapso da confiança do mercado nos EUA é a alta de mais de 25% nos preços do ouro nos últimos seis meses”, lembra Lachman, afirmando que “os mercados estão descontentes com a trajetória da política econômica do governo Trump”.

E, se o político não levar os alertas que tem sido emitidos a sério, o economista afirma que “os EUA devem se preparar para uma crise do dólar e do mercado de títulos antes das eleições de meio de mandato do próximo ano”.

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