As tropas militares de Israel abriram fogo contra milhares de palestinos famintos, enquanto a entidade responsável pela distribuição de alimentos na Faixa de Gaza perdeu o controle da situação em seu segundo dia de operações.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, a recém-criada Gaza Humanitarian Foundation (GHF) não estava preparada para atender as centenas de milhares de palestinos que buscavam por ajuda, e os funcionários chegaram a abandonar seus postos no centro de distribuição em Rafah.
O Exército israelense declarou que “tiros de advertência” foram disparados próximo do complexo de distribuição como forma de retomar o controle. Além dos tiros, foram ouvidos disparos vindos de tanques e de um helicóptero militar. Pelo menos três palestinos ficaram feridos.
Algumas pessoas supostamente conseguiram caixas com itens que incluíam açúcar, farinha, macarrão e tahine, mas a maioria deixou de mãos vazias.
No último domingo, o diretor-fundador da GHF Jake Wood renunciou ao cargo, afirmando que não seria possível para o grupo entregar a ajuda necessária de forma que pudesse atender aos “princípios humanitários de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência”.
A ONU e outras organizações se recusaram a trabalhar com o GHF, alegando que colocariam em risco suas equipes e os beneficiários em Gaza, e alertaram que um grupo sem experiência não seria capaz de lidar com a logística de atender mais de 2 milhões de pessoas famintas em uma zona de combate.