Nesta quarta-feira (21), de acordo com a rede catarense Al Jazeera uma delegação diplomática da União Europeia, nações árabes e asiáticas foi alvo de ataques israelenses durante visita ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, o fato foi confirmado pela Autoridade Palestina e vários países.
Cerca de 25 diplomatas estavam sendo informados sobre a situação em Jenin na ocasião, disse um trabalhador humanitário que pediu anonimato à agência de notícias Associated Press. Testemunhas disseram que não estava claro de onde vieram os tiros e que ninguém ficou ferido.
A delegação incluía diplomatas dos seguintes países: França – Reino Unido – Canadá – Egito – Jordânia – Marrocos – Áustria – Irlanda – Espanha – Portugal – China – Brasil – Bulgária – Turquia – Lituânia – Polônia – Rússia – Japão – Romênia – México – Sri Lanka – Índia – Chile.
Os diplomatas estavam em uma missão especial para avaliar a situação humanitária em Jenin quando foram atacados por militares israelenses em larga escala. A imprensa catarense informa que o exército israelense afirmou que seus soldados dispararam tiros de advertência para afastar a delegação porque ela havia se desviado de uma rota previamente acordada e entrado em uma área onde não estava autorizada a entrar.
Uma correspondente da Al Jazeera disse que o incidente mostra a realidade e qualquer pessoa na Cisjordânia ocupada pode ficar sob fogo israelense. “Esses lugares no território palestino estão sob cerco total — dezenas de milhares de palestinos foram arrancados à força de suas casas como parte dos ataques militares em andamento em Jenin, Tulcarém e nas áreas vizinhas no norte da Cisjordânia ocupada”, acrescentou ela.
O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina condenou “nos termos mais fortes possíveis o crime hediondo cometido pelas forças de ocupação israelenses, que alvejaram deliberadamente com fogo real uma delegação diplomática credenciada”.
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia condenou o ataque. “Este ataque, que colocou em risco a vida de diplomatas, é mais uma demonstração do desrespeito sistemático de Israel ao direito internacional e aos direitos humanos”, disse o ministério em um comunicado, acrescentando que um diplomata de seu próprio consulado em Jerusalém estava na delegação.
O ministério de relações exteriores da França, Espanha, Itália e Irlanda e outros grupos como União Europeia que enviaram seus diplomatas para a missão também condenaram o ataque. Até o momento a imprensa local aponta que não houve feridos.
Por sua vez, o principal partido da Resistência Palestina, o Movimento de Resistência Islâmico (Hamas, na sigla em árabe) divulgou um comunicado a imprensa condenando o ataque contra os diplomatas.
“Os disparos diretos de soldados da ocupação israelense contra 25 embaixadores e diplomatas árabes e europeus durante sua visita ao campo de refugiados de Jenin refletem a arrogância, a brutalidade e a flagrante violação de todas as normas e convenções internacionais por parte da ocupação.
A contínua agressão israelense contra Jenin e seu campo pelo quinto mês consecutivo — juntamente com os ataques contínuos a Tulcarém, Nablus e outras áreas da Cisjordânia — é uma tentativa desesperada de implementar planos de anexação e deslocamento por meio da intensificação de assentamentos e roubo de terras.
Afirmamos que, por mais que a ocupação se aprofunde em seus crimes, ela não alcançará seus objetivos na Cisjordânia, em Gaza e em cada centímetro de nossas terras ocupadas — graças à firmeza de nosso povo e à resiliência de nossa corajosa resistência.
Apelamos à comunidade internacional para que intensifique a pressão para pôr fim aos crimes da ocupação e para que apoie a firmeza do nosso povo, o seu direito à autodeterminação e o estabelecimento de um estado palestino independente com Jerusalém como sua capital.”