Um dos males da esquerda pequeno-burguesa, dentre muitos, é o de se achar muito acima da população. Bepe Damasco publicou um artigo no Brasil 247, nesta quarta-feira (29), sob o título Gente do povo apoiando as ofensas à ministra Marina é um retrato triste do Brasil, porém, ao contrário do que o título sugere, o povo não é burro, sabe muito bem quem é Marina Silva, uma golpista de primeira hora. Falando em primeira pessoa, Damasco diz o seguinte:

“Testemunhei, um dia depois da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ser agredida por alguns daqueles seres repugnantes que infestam o Congresso Nacional, o seguinte diálogo, em um centro comercial do Rio, entre uma jovem comerciária e um casal de idosos: Funcionária da loja: ‘E essa Marina, que coisa, hein?’ Freguês idoso: ‘A Marina é horrorosa’.”

Não é verdade que Marina Silva tenha sido agredida no Congresso Nacional, e o que ela está fazendo é uma coisa horrorosa: condena, em favor do imperialismo e tubarões do grande capital, que milhões de brasileiros continuem na pobreza. Damasco diz que pensou, mas desistiu de confrontar aquelas pessoas e comenta:

“Não que o episódio deplorável de misoginia do qual a ministra foi vítima revele alguma novidade em relação à onda reacionária que varre a sociedade brasileira já há mais de uma década.”

Ele acusa as pessoas de serem reacionárias para proteger uma ministra que comete um crime lesa-pátria e, pior, atua abertamente para minar o governo Lula que, supostamente, Damasco apoia.

Qual foi o “espetáculo deplorável de misoginia”? Quando alguém diz que “a mulher merece respeito; a ministra, não”, é preciso que Damasco aponte onde está a misoginia. O que o articulista pretende é que todos se calem, e não critiquem a traição de uma pessoa em um cargo público, de confiança, pelo simples fato de se tratar de uma mulher?

A população está sendo atraída para a extrema direita, em grande medida, pela ação da própria esquerda que se tornou, como já disseram um “puxadinho” do Partido Democrata americano.

O ministro do STF Alexandre de Moraes, promove os maiores absurdos autoritários, enquanto a esquerda chama isso de defesa do Estado democrático de direito. Acontece que o povo não é trouxa.

A esquerda tem se empenhado em inventar novos crimes, pedir aumento de penas, mas o povo não concorda, pois é ele a vítima de um judiciário que tira leis da cartola. Pedir que se condene pessoas por se manifestarem é implorar para que as pessoas se juntem à extrema direita, que demagogicamente pede liberdade de expressão e manifestação.

No Brasil, a esquerda pequeno-burguesa acha correto que uma mulher, com filhos menores, seja condenada a 14 anos de prisão por passar batom em uma estátua que limparam em cinco minutos. Depois, não entende o porquê de parcela da população se bandear para o outro lado.

Barbaridade de quem?

Bepe Damasco diz que “não deixa de ser chocante assistir in loco a manifestações de apoio de pessoas pobres às barbaridades protagonizadas pela extrema-direita”. Mas a barbaridade está sendo cometida por Marina Silva. Essa senhora quer impedir que o Brasil explore o petróleo e gere emprego. Se o articulista acha ruim que uma mulher tenha sido supostamente agredida, deveria achar muitas vezes pior o que Marina Silva está fazendo.

Quantas mulheres poderiam conseguir emprego e sair da pobreza se o Brasil pudesse explorar essa quantidade gigantesca de riquezas que tem no alto-mar? Na Guiana, onde o imperialismo explora o petróleo, o PIB aumentou 200%, mesmo com todo o roubo costumeiro dos monopólios.

Como já era de se esperar, Bepe Damasco critica as redes sociais, assim como fazem o STF, o imperialismo e a grande imprensa. Afirma: “com toda certeza, essa trabalhadora formou sua opinião através das redes sociais dos fascistas, uma vez que, de tão abjetas, as ofensas foram condenadas até mesmo pelas emissoras do Grupo Globo” – grifo nosso.

A esquerda, em vez de fazer um bom uso das tecnologias, passa um atestado de incompetência ao ficar pedindo para o Estado burguês que contenha as “redes sociais fascistas”.

O Grupo Globo defendeu Marina Silva porque também defende os interesses do grande capital e é inimigo do Brasil. Esse grupo criticou a exploração do Pré-sal, vive inventando calúnias sobre a Petrobrás, pois milita em favor da privatização da estatal.

As pessoas não precisam formar opinião nas “redes fascistas” para saber quem é Marina Silva. Essa senhora se candidatou à presidência para retirar votos de Dilma Rousseff. No segundo turno, se juntou a Aécio Neves e ali se formou a trama golpista para derrubar a presidenta eleita democraticamente.

Marina Silva foi aos Estados Unidos para dizer que não teve golpe no Brasil e hoje, se dedica abertamente a trabalhar para desgastar o governo Lula e impedir sua possível reeleição. Espanta é ver que gente que se diz de esquerda defenda essa traidora.

O velho truque da moralidade

Fechando seu artigo, Bepe Damasco diz que houve uma “uma armadilha montada no Senado contra a Ministra Marina”, só se foi uma armadilha para pegar traíra. O jornalista propõe:

“Se tivermos um futuro mais luminoso, pesquisadores terão à sua disposição um rico objeto de estudo: como em uma determinada quadra da nossa história o Congresso Nacional contou com tanta gente baixa, com sério desvio de caráter e sem a menor condição moral de exercer um mandato parlamentar com um mínimo de civilidade”.

Como ter um futuro luminoso se a esquerda se opõe à exploração de petróleo e também luta contra a construção de hidrelétricas?

Afirmar que o Congresso é cheio de pessoas sem condição moral, etc. não ajuda nada, apenas revela uma falta de propostas políticas de uma esquerda cada vez mais direitista que fica defendendo uma ministra que, em vez de entrar em um debate, prefere “lacrar”, utilizar as desculpas esfarrapadas dos identitários para fugir ao debate.

O povo não é bobo, percebeu logo a artimanha, e faz muito bem em criticar Marina ‘Soros’ Silva.

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Last Update: 30/05/2025