Tributar os ricos, aliviar os pobres: Fenafisco defende tributação mais justa

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) marcou presença no Seminário de Formação promovido pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), realizado na tarde da última quarta-feira (23/07), com transmissão online. O evento integra a agenda nacional do Plebiscito Popular 2025 e teve como foco o enfrentamento das desigualdades sociais por meio da reforma tributária e da defesa de direitos trabalhistas.

Com o tema “Trabalhar menos para viver mais. Isentar quem ganha menos e tributar os super-ricos!” , o encontro reuniu dirigentes sindicais, pesquisadores e representantes de entidades comprometidas com a construção de um sistema mais justo no país. A Fenafisco foi representada por seu presidente, Francelino Valença.

Na ocasião, Valença criticou a estrutura regressiva do sistema tributário brasileiro, que sobrecarrega os mais pobres enquanto preserva os grandes patrimônios. “Fala-se em ‘cashback’ para baixa renda, mas isso não é suficiente. Estamos em um país cuja maior parte da arrecadação vem do consumo, quando o correto seria tributar a renda e o patrimônio, como ocorre nos países desenvolvidos”, afirmou. Valença comparou a baixa alíquota de tributação sobre o patrimônio no Brasil, entre 4% e 8%, com a realidade de países desenvolvidos, onde pode chegar a 50%, sobretudo em heranças, destacando a urgência de corrigir essas distorções.

Ao defender a conscientização popular sobre o tema, o presidente também reforçou a importância do engajamento coletivo. Para ele, transformar o sistema tributário exige mobilização social e compreensão ampla dos mecanismos de injustiça fiscal que afetam a maioria da população. “Ou nós passamos a nos apropriar desse conhecimento, fazer o debate correto, ou a população […] vai, mais uma vez, continuar sustentando o andar de cima”, alertou.

A iniciativa da Fetamce busca mobilizar a sociedade para a construção de uma nova agenda popular, que inclua a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial, o fim da escala 6×1 e a criação de mecanismos eficazes de tributação dos super-ricos.

Durante o seminário, também foram apresentadas análises sobre a concentração de renda no Brasil, como a do economista Victor Pagani, do DIEESE, que alertou para os impactos sociais de um modelo tributário regressivo. A presidenta da Fetamce, Enedina Soares, reforçou que o plebiscito é uma ferramenta de escuta popular que pode impulsionar mudanças profundas.

Artigo Anterior

Moraes decide não prender Bolsonaro por descumprimento de cautelar

Próximo Artigo

Registros de mortes por policiais de SP crescem 61% em um ano

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!