A edição 2025 do South Summit, realizada com a participação de mais de 23 mil pessoas de 62 países, confirmou o ambiente de transformação constante no setor de inovação. Ao todo, estiveram presentes 900 investidores, 3 mil startups e 140 fundos, que juntos somam US$ 215 bilhões sob gestão.
Durante os três dias de evento, debates em painéis e apresentações apontaram caminhos e desafios para os mercados de Venture Capital (VC) e Corporate Venture Capital (CVC). Wana Schulze, Head de Investimentos e Portfólio da Wayra Brasil e Vivo Ventures, acompanhou os principais temas e destacou três tendências relevantes para os investidores.
CVCs intensificam apostas em IA generativa
Entre os fundos corporativos, o destaque foi a busca por soluções baseadas em inteligência artificial generativa. A estratégia concentra-se em tecnologias com potencial de aplicação prática nos negócios das empresas investidoras.
Wana afirma que os gestores de CVC estão ampliando seu papel, atuando como líderes de negócios e não apenas como investidores. Isso inclui fomentar sinergias entre as startups investidas e as estruturas das corporações, com foco em resultados de curto e médio prazo.
A tendência reforça a aproximação entre inovação aberta e estratégia corporativa, com a IA como ferramenta central.
Startups adotam cultura baseada em dados
Outro ponto observado foi a consolidação de uma cultura data-driven entre as startups. Segundo Wana, o uso sistemático de dados tem impulsionado a personalização de soluções e a inovação em ritmo acelerado.
Além da análise de dados, o evento evidenciou a importância de comunicação eficiente por parte dos fundadores. A clareza na apresentação do negócio é vista como diferencial para atrair capital.
O South Summit também destacou a relevância das parcerias internacionais e da integração com tecnologias emergentes como caminhos para escalar operações e aumentar a competitividade.
Incertezas econômicas afetam dinâmica de investimento
O cenário macroeconômico global apareceu como fator de alerta. As recentes medidas tarifárias dos Estados Unidos, sob o governo Donald Trump, e suas repercussões nos mercados internacionais, criaram um ambiente de instabilidade.
De acordo com Wana, esse contexto tem influenciado a dinâmica dos investimentos e impulsionado o debate sobre operações secundárias como alternativa aos IPOs. A tendência é que esse tema ganhe espaço diante das dificuldades persistentes no mercado de abertura de capital, tanto no Brasil quanto no exterior.
Por fim, a executiva destacou a presença crescente de startups de países como Polônia e Indonésia no evento, reforçando o papel do South Summit como plataforma global de conexão e inovação.