
A sessão extraordinária da Câmara de Pouso Alegre (MG), realizada na última quinta-feira (29), foi marcada por confusão em meio ao clima de tensão política. Oito vereadores da base do prefeito Cel. Dimas (Republicanos), junto a um parlamentar independente, convocaram a votação da reforma administrativa proposta pela Prefeitura.
Após meses de debates e tentativas da oposição de barrar o projeto, a base governista acreditava estar prestes a garantir uma vitória expressiva. A proposta foi aprovada por 10 votos a 3. No entanto, no momento da votação, os vereadores da base cometeram um erro que acabou alterando o conteúdo principal da reforma.
Sem perceber, a base votou a favor de uma emenda do vereador Israel Russo (União), que reduziu drasticamente o número de cargos comissionados propostos — de 33 para apenas 7. Apesar disso, o projeto manteve a criação de quatro novas secretarias, duas superintendências e um novo departamento.
😂 🔄 Vereador Israel Russo, de Pouso Alegre (MG) vota CONTRA a própria emenda para driblar vereadores da base do prefeito, fazendo com que eles votassem instintivamente A FAVOR do projeto que REDUZ de 33 para 7 o número de cargos criados. pic.twitter.com/PigR6hYx6L
— République (@republiqueBRA) May 30, 2025
Ao notar o equívoco, o líder do governo na Câmara, Dionísio Pereira (Republicanos), chegou a pedir a retirada do projeto da pauta. No entanto, voltou atrás, e o projeto acabou sendo aprovado com a emenda incluída.
Israel Russo, autor da emenda, demonstrou surpresa com a aprovação por parte da base governista. “Confesso que fiquei confuso com a votação da emenda, mas vejo como positivo o reconhecimento da importância dos cargos ligados à Saúde, Cultura, Esporte e, especialmente, à Defesa — que permitirá a criação da Guarda Civil Municipal”, afirmou o vereador.
Mesmo diante da confusão, Dionísio não admitiu o erro publicamente. Já o vereador Oliveira Altair (Republicanos), em plenário, reconheceu a falha. Ele disse que o presidente da Câmara explicou claramente a votação, mas que, ainda assim, os colegas acabaram não entendendo e votaram de forma equivocada.