Senador Marco Rubio enfrenta audiência de confirmação com críticas afiadas à China e promete priorizar interesses americanos enquanto sua postura combativa marca o início de tensões globais
O senador Marco Rubio afirmará que a China mentiu e trapaceou para alcançar o status de superpotência às custas dos EUA, de acordo com declarações que ele fará durante sua audiência de confirmação como secretário de Estado na quarta-feira.
Rubio pedirá que os EUA coloquem seus “interesses nacionais centrais acima de tudo novamente” enquanto trabalham para “criar um mundo livre a partir do caos”, conforme suas declarações.
“Nós acolhemos o Partido Comunista Chinês nesta ordem global”, Rubio planeja dizer. “E eles aproveitaram todos os seus benefícios. Mas ignoraram todas as suas obrigações e responsabilidades. Em vez disso, mentiram, trapacearam, hackearam e roubaram seu caminho para o status de superpotência global, às nossas custas.”
Os comentários, nos quais Rubio também criticou “déspotas e narcoterroristas” da América Latina por impulsionarem a migração em massa e prejudicarem as comunidades americanas, resumem a visão de mundo do senador da Flórida.
As palavras duras contra os líderes chineses também refletem a reputação de longa data de Rubio como um crítico ferrenho da China e podem preparar a nova administração para um confronto inicial com Pequim — especialmente porque o presidente eleito Donald Trump prometeu impor novas tarifas significativas contra a China.
Rubio também dirá que os eleitores escolheram Trump porque querem uma América forte que promova a paz no exterior e a prosperidade em casa, e que essa será a missão central do Departamento de Estado, caso ele seja confirmado. Embora os EUA “nunca sejam indiferentes ao sofrimento de nossos semelhantes” ao redor do mundo, ele afirmou que a administração garantirá que cada programa que financia beneficie o próprio país.
“A direção que ele [Trump] deu para a condução de nossa política externa é clara”, Rubio planeja dizer. “Cada dólar que gastamos, cada programa que financiamos e cada política que seguimos deve ser justificada com a resposta a três perguntas simples: isso torna a América mais segura? Isso torna a América mais forte? Isso torna a América mais próspera?”
Rubio, que há muito é membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado que está examinando sua nomeação, deve enfrentar pouca oposição tanto de republicanos quanto de democratas durante seu processo de confirmação.
No entanto, também existem dúvidas sobre qual tipo de influência Rubio exercerá como o principal diplomata dos EUA na nova administração.
Trump já está sendo aconselhado por bilionários como Elon Musk, que provocou líderes do Reino Unido e da Alemanha, e nomeou uma série de amigos e conselheiros como enviados especiais para supervisionar algumas das prioridades mais importantes da política externa de Washington — incluindo a guerra entre Ucrânia e Rússia e o Oriente Médio.
Rubio, que concorreu à presidência e entrou em confronto com Trump durante as primárias republicanas em 2016, disse em suas declarações que a riqueza da América não é “ilimitada” e seu poder não é “infinito”, mas que “colocar nossos interesses nacionais centrais acima de tudo não é isolacionismo.”
“De que servimos aos nossos aliados se a América não for forte?” Rubio pretende dizer.
