Vamos entender melhor o IPCA de janeiro. Ele foi de 0,16%, o menor da série para o mês de janeiro.
Além disso, aproximou-se da meta, de 4,5% em 12 meses – 3% mais uma margem de 1,5%.
Quando se aprofunda nos dados, percebe-se alguns eventos pontuais. Houve uma redução boa na conta de energia elétrica graças ao chamado “bônus de Itaipu”.
O bônus surge do saldo positivo da Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu, gerido pela ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional). Esse saldo é formado pela diferença entre a receita da venda de energia e os custos operacionais da usina 2612.
Quando se analisa o IPCA por grupos, o de maior impacto negativo foi justamente Habitação.
A influência de Habitação sobre o resultado fiona foi de 0,464 pontos.
Vamos decompor o índice para analisar melhor. Sem a redução de Habitação, o IPCA seria de 0,62%. Se tirássemos Habitação, calculássemos o peso dos grupos restantes e distribuíssemos o peso, o IPCA seria de 0,957%.
Analisando os itens que compõem Habitação, o jogo ficaria assim.
Repare que a queda em Energia Elétrica foi de 14,2% no mês.
Na outra ponta – dos fatores de pressão do IPCA – entra Alimentação e Bebidas. Sem esse grupo o IPCA seria de -0,052% ou, se montássemos um novo índice, sem Alimentos e Bebidas, seria de 1,040%. O que mostra que há outros fatores pressionando o IPCA.
Em relação às maiores altas de Alimentos, o que fizemos foi calcular o índice mensalizado das principais altas. O que se observa é que, no últimos mês, o aumento da carne ficou bem abaixo do índice mensal dos últimos 3, 6 e 12 meses.
Repare que, na curva de longo prazo, ele parou de subir. O gráfico se refere ao acumulado de 12 meses.
Outro dado curioso. Vali-me da dívida feita pelo economista Francisco Lopes, entre os grupos mais suscetíveis de influências de Não Duráveis, Serviços, Transporte e duráveis.
Por essa subdivisão, em dados anuais, a maior alta foi de Não Duráveis e a menor alta foi de Serviços.
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