
Integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) consideram que o interrogatório do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda-feira (9), serviu para confirmar fatos básicos de sua colaboração premiada, conforme informações do Globo.
Em conversas reservadas, interlocutores da PGR afirmam que o interrogatório não trouxe grandes novidades, mas observam que Cid foi esquivo ao complementar detalhes sobre fatos que já havia admitido anteriormente.
No primeiro dia dos interrogatórios dos oito réus do núcleo 1 da trama golpista, o tenente-coronel respondeu a questionamentos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre pontos presentes na delação – que foi firmada com a Polícia Federal (PF).
Gonet questionou o militar sobre registros fotográficos de uma minuta de decreto com conteúdo golpista encontrados em seus dispositivos eletrônicos. A última página do documento aparecia parcialmente encoberta por um papel, que ocultava trechos do texto.
Perguntado se havia redigido ou fotografado o material, Cid respondeu: “Não fui eu quem tirou a foto. Eu nem lembrava desse documento. Só lembrei quando a Polícia Federal me mostrou no depoimento”.
O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF, com a participação do ministro Luiz Fux. Todos os réus compareceram presencialmente, com exceção do ex-ministro Walter Braga Netto, que cumpre prisão preventiva no Rio de Janeiro e acompanhou a sessão por videoconferência.
Os depoimentos continuam nesta terça-feira (10), com a oitiva do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro. Em seguida, serão ouvidos os outros seis acusados no caso, incluindo o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.
