
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ouve, nesta quinta-feira (29), as testemunhas de defesa indicadas pelo ex-ministro Anderson Torres, que chefiou o Ministério da Justiça, no inquérito que investiga a trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
Logo no início da sessão, que começou às 8h, a defesa de Torres decidiu não ouvir os ex-ministros Paulo Guedes e Célio Faria, nem o procurador federal e ex-vice da Advocacia-Geral da União (AGU) Adler Anaximandro Cruz e Alves.
Dessa forma, na audiência estão previstos os depoimentos de três pessoas: o ex-chefe da AGU Bruno Bianco; Wagner Rosário, que foi ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2017 a 2022; e Adolfo Sachsida, advogado que integrou a equipe econômica de Jair Bolsonaro até 11 de maio de 2022, quando assumiu como ministro de Minas e Energia.
Torres faz parte do grupo que foi classificado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como central na articulação da tentativa de golpe. Além de Torres e Bolsonaro, também integram o “Núcleo 1” Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Augusto Heleno, Braga Netto, Mauro Cid e Paulo Sérgio Nogueira.
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Ele chegou a ser preso, acusado de conivência nos ataques à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Na época, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, estava no exterior e foi detido ao retornar ao Brasil. Foi liberado meses depois.
Nesta semana, a Primeira Turma já ouviu outras testemunhas indicadas por Torres. Na última quarta-feira (28), Antônio Lourenzo, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, declarou que, se não tivesse passado pela pasta, teria uma visão diferente sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Acho que não teve nada nesse sentido de golpe”, disse. A fala foi interrompida pelo ministro Alexandre Moraes, que rebateu: “Responda os fatos. Se o senhor acha ou não que teve golpe, não é importante para a Corte”.